terça-feira, 31 de agosto de 2010

Dadaismo


Dadaismo é uma antiga vanguarda européia baseada na desconstrução. Desconstrução é meu sobrenome...

(Poema tirado de um saco plastico recheado de palavras aleatorias. Dizem que dois pontos quaisquer formam uma reta. Por que nao duas palavras quaisquer fazerem algum sentido...)

Rebeldia

Carnaval, visual
Limao, mergulhar
Converse, use cores
Quase como tchau
Aprender livre
Gandhi
Naturalmente, ensinar

Vida real
Por ai, despenteia

Meninos usam coracoes
O mar de verao
Olho realizado
A seu num amor (a frase mais dadaista de todas)
Elas, paginas
Sonho, rock

Ir...

Um gole, um cigarro e um carinho

Depois do ardor, o frio na garganta. Deixa sair pelo nariz. Aquilo vai te seguir o dia todo. Um beijo na saída. A endorfina te puxa, mais uma antes de sair. Chega atrasado no trabalho, é chamado do vagabundo. Ele é mesmo. Tem coisa melhor? Quem fala do vagabundo tem inveja dele. Vocês precisam trabalhar. O trabalho do vagabundo é viver. Correr atrás de mais um trago, mais um golinho, só mais um carinho.

Só mais um carinho...

Quando eu rezo eu aumento o som.


Canto como se fosse em prece. Balanço a cabeça como se imaginários dreadlocks batessem na minha cara em sinal de redenção. A música é algo inexplicável. Sério, eu preferiria ser cego a ser surdo. Eu preciso ouvir. O timbre de uma antiga guitarra, um bumbo duplo soando com delay, splashs seguidos na minha cabeça, cordas, metais, tudo!

Eu preciso ouvir, só. Não preciso entender. Uma boa frase tem ritmo. Uma boa frase é aquela que você sente a dor no teto do cérebro, que você se retorce quando ouve, que você chama de genial. Uma boa frase não precisa fazer sentido. Só precisa ser carnal.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

pisque os olhos

Acho impressionante como vivo mudando o tempo inteiro. Mudo das mais diversas formas, sutilmente ou nem tanto. Mudo até sem perceber, aí me perco de quem era há um segundo. Dizem que se não houver mudança, a passagem do tempo não tem sentido. Concordo plenamente.
Mas não vim aqui falar das várias maneiras pelas quais se alcança o desconhecido. Experiências fantásticas, boas ou ruins, lugares novos, pessoas diferentes. Fatos escandalosos, que o mundo à sua volta percebe a diferença. Eu me refiro às bobagens que ocorrem como um estalo. Algo de você pra você mesmo, uma percepção.
Minha mãe falou que estava passando um filme na televisão chamado “Os amores de Picasso”. Eu respondi um monossílabo e fiquei mergulhada em outros pensamentos quando fui invadida pela seguinte constatação: NUNCA pensei em Picasso como um homem. A imagem dele como célebre pintor – já tão conhecida por todos – se sobrepunha a tudo de tal forma na minha mente, que nem me dei ao trabalho de imaginar como ele era. Se seus olhos eram densos ou frios, se era alto ou magro, se tinha filhos ou amantes tórridas. O via simplesmente como aquelas telas dos livros e revistas.
Que direito eu tenho de ignorar a imagem verdadeira de um homem só por causa da que lhe foi atrelada? Será possível que certas carapaças são tão espessas que só conseguimos enxergar a superfície? Isso é um crime, dos cruéis. Nossos políticos são homens com família e encanamento vazando em casa. Os professores têm filho doente, sabia? A vendedora que você destratou terminou com namorado na noite passada. O jardineiro tem um irmão viciado em cocaína. Mas você tem a audácia de só enxergar eles por fora. Você só vê o que eles fazem. O que eles parecem. Quem quer ver o avesso do outro?
Se digo que mudei, é porque meu olhar mudou. Vou ousar enxergar o outro ainda mais. Tentar ser menos egoísta. Coisa minha mesmo, não vou esperar a mesma postura de ninguém. Cada um acorda na hora que quer.

Às vezes eu me sinto mortal

Quando avançamos o sinal ou quando não paramos no quebra mola. Quando passamos do 100. Eu me sinto mortal e isso é desesperador. Não que eu tenha medo de morrer. Eu tenho medo de não mais existir. De sumir da cabeça das pessoas. De ser uma lembrança vã de um alucinado.

Eu fecho o olho diante da morte. Finjo que ela nem existe. Eu sou imortal, todo santo dia. Quando eu sinto que não tenho o controle sobre a minha vida, eu morro.

Can you just slow down? NO!
Another day I can leave and never come back.

Quando eu durmo só sinto frio.


Quando eu durmo eu só sinto frio

Quando eu durmo meio-dia, eu sinto frio. Não sei o que é, não sei o que fazer. Sometimes I try to burn my body, but the flames are starting to be could. Even the sun I try to hug, he gets away afraid of cool off.

Por mais que eu ligue o aquecedor, ele queima e eu congelo. Eu já fui no médico, já fui no terreiro. Já fui em casas de prostituição, procurei calor em quase tudo. Eu não conseguia mas ver saída.

Até que eu conheci alguém. Eu dormi com esse alguém. Estou suando até agora...

sábado, 28 de agosto de 2010

Em busca de novas drogas


Eu me encontrei em um dilema. O cigarro não acalma mais, a cerveja não me satisfaz. Preciso de novas drogas. Meu pai uma vez me disse que preferia um filho viado à um filho maconheiro, ou seja, maconha está fora de cogitação.

Eu sempre tive alguns pequenos sonhos. Abrir um jornal e tomar uma xícara de café, estudar até tarde da noite na base do café e da nicotina, acordar e tomar um bom café para ajudar na vibração de um novo dia. Talvez por espelho do meu pai. Todo dia ele acordava com um xícara de café em uma mão e um cigarro aceso na outra. Se tem um cheiro que eu lembro na minha infância, é a mistura da fumaça com o maravilhoso cheiro do café. Toda vez que eu entro na aquele banheiro ermo e úmido, eu me lembro daquele Deus pagão mandando eu escovar os dentes.

Tudo bem que ele teve câncer e precisou parar de fumar, mas eu continuei seu legado(kkkkkkk). Eu achei minha nova droga, talvez a mais leve de todas, mas eu preciso por tradição de família. Bem vindo café a minha vida!

Agora só me falta um câncer! kkkkkkkkkkkkkkkk

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Drink my soul

Eu vou beber. Eu vou beber tanto que já me esqueci como foi. Quanto mais sede eu tenho mais a quinta se arrasta.

Whisky is too hard for me. Can you offer something easier? Beer? Too much easy. Vodka and glass? Perfect! A couple of cigarettes. Ice and smoke. I could live like this. I wanna die like this.

Forget the hangover. I still have a half of a bottle. The headache started. I’m starting to get blind. None of my gods are clapping. I’m going to hell, but now, I really don’t care. I can’t hear my own voice. I start to speak alone. Loving myself, I just feel like this when I’m drinking. Finally I understood why… I have to drink my soul.

Conversa com o amor


Por que para você nunca é tarde demais? Você deveria sentir remorso. Você some da vista das pessoas e volta, repentinamente, como um sopro de endorfina. Dá para fazer minha perna parar de tremer? E o peito? Dá para parar?

Não dá para se ter uma conversa civilizada com você não. Quando não está desabotoando minha camisa, está arranhando minhas costas. Assim não dá. Fica quieto para eu poder te controlar. Não agüento ser o controlado. Para de gritar. Para de sorrir. Você sabe que o preto e branco ganham cor quando você faz isso. Toda guerra tem um fim, toda corrida tem um ganhador, mas com você ou é felicidade ou é dor...

Could you just rape me into pieces?
I'm not hole

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

20 agosto de 2010 (by: Marcela Aragão)

Esse texto não é meu, é de uma grande amiga minha que deu ele de presente para o blog. É de uma genialidade sem igual. Tomara que mais desses venham... Valeu Marcelinha!
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Dia desses fui pega de surpresa quando voltava pra casa. Olhos distantes, cabelos ao vento, pensamento suspenso no ar, e de repente a cena. Como eu queria uma câmera, pra registrar aquilo não somente no refúgio da minha mente. Queria poder compartilhar com o mundo, para saber se alguém mais veria o que eu vi. O impacto de uma imagem é muito maior do que o de simples palavras roucas.

Pode parecer bobo, mas o conceito de arte é assim mesmo. Cada um a sente de um jeito, o estranhamento que ela provoca é muito particular. Eu sei o que eu vi, e sei como me senti numa terça-feira qualquer. Senti-me despedaçada, e enxerguei-me naquela mini boneca de pouco mais de seis centímetros.

Largada no sol a pino de uma da tarde, sem nome, sem documento. Deitada de bruços no chão, os cabelos mal tratados, e juro que vi os braços dobrados. Vi uma morta, uma suicida, uma escondida, aterrorizada. Vi uma garotinha desolada no corpo frágil daquela boneca. Quem seria sua dona, sua tutora? Tinha a obrigação de protegê-la, não tinha? Desviei o olhar. Eu não podia continuar invadindo a sua intimidade, tinha que ir embora. A dor daquela bonequinha era densa demais.

Quem disse que precisava ser bonito? Quem disse tinha que ser agradável olhar pra aquela fotografia? Nem sei se ela estava atropelada. Também não sei se sua ausência foi sentida. Teria sido ela descartada? Sequer sei se alguém mais no universo – ou sem exageros, naquela esquina – viu o que vi. Sei que me percebi ainda mais sozinha, ainda mais incompreendida – não tanto quanto ela, é verdade. O que ela pensava? O que eu penso? Tenho medo de uma certeza que me consome: o que eu vejo quase ninguém vê.

Aliás, alguém me vê? Porque atualmente, nem eu me vejo.

OBS: Quando passa um mendigo na rua, com a fome estampada nos gestos e o desespero explícito nos olhos, você nota?

Marcela Aragão

Ações e reações


Newton falou que para toda uma ação existe uma reação, de mesma força e direção. Ele estava errado. O cara fica com viadagem comendo maçã embaixo da árvore e não pensa nas coisas direito.

A lei de ação e reação é totalmente falha.

(Talvez a partir desse momento eu comece a parecer uma menininha que está comendo chocolate porque tomou um fora de um gatinho, mas é essa a intenção.)

Não adianta! A porra do ser humano é um bicho escroto! Você pode fazer um milhão de coisa para uma pessoa (ação) que essa pessoa provavelmente vai te responder com a mesma proporção de desprezo. Talvez desprezo seja uma palavra muito forte, com indiferença.

Quanto mais você ama uma pessoa mais você a afasta. Não adianta, você pode até tentar ficar indiferente para a pessoa tomar seu lugar mas você vai acabar fraquejando nessa pose. Vai cair de novo, e você vai tentar de novo. Vai cair de novo. Até chegar o momento que você sabe que vai cair e tenta com capacete.

Você se vê em um moinho e percebe que algum dia na sua vida você já fez aquilo. É um ciclo vicioso. O querer está para a solidão assim como o sono está para o som.

Entre esses casos são só beijos, abraços e sangue.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Saudade de música


Ontem baixei a discografia de Tom Jobim. Puta merda, esse cara é um gênio. Eu fiquei pensando no futuro que a música estava tomando. Não estou falando de Justin Bieber ou Restart. Eles são conseqüência. A música está deixando de ser genialidade e está começando a se tornar moda. Hoje a atitude do cantor ou da banda. Não que eu ache que isso não conte. Conta muito, mas atitude e moda passam.

Tom é eterno. São escalas diminutas, acordes dissonantes, coisas que não fazem você enjoar de escutar na terceira vez. Boa música dura décadas, talvez séculos.

Salve Adoniran, salve Noel Rosa, salve Jobim, Buarque, Joãos, Gil, Caetano, Elis, Cazuza e Renato. Salvem a música brasileira!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Se minha vida fosse um final de semana


Música. Cores. Carne. Revolta. Vodka e cigarro. Cerveja e pigarro.
Pouco tempo. Sentimento. Vagarosamente falado. Virtuosamente embriagado.
O choro. O grito. A desgraça e o ritmo. Os tambores de óculos escuros.
Horrores e sussurros. Madrugadas. Falta de dinheiro e apuros.
Puro. A garganta tosse. Enxuga o olho. Ri. Desabafa e chora. De novo.
Cordas. Chuva. A janela embaça. A voz desafinada.
O relógio correndo. Rugas. Amassos. Mais cigarros. Endorfina.
Marasmo. Futebol. Risadas. De novo.
Segunda. Morte.

Não acredito!

Ontem, eu cheguei em casa completamente bêbado e com sono, mas eu consegui sentar e escrever alguma coisa que prestasse. MAS A PORRA DO COMPUTADOR NÃO SALVOU! Talvez eu tenha apertado o botão errado, mas isso não diminui minha frustração ao acordar com um dor de cabeça filha da puta e não conseguir ler meus próprios delírios.

Nada que eu escreva agora vai ter o mínimo de realismo como tinha ontem.

Ontem era vibração. Hoje é dor de cabeça.
Ontem era o rock. Hoje é no máximo um blues.
Ontem era preto e branco. Hoje são gigantes bolas azuis.
Ontem era risada. Hoje esqueça. Não lembro

A guerra ou o ócio


‘’Se você não tiver uma luta dentro de si, ou ao se redor, você precisa de uma’’. Quando eu ouvi Jack White dizer isso em um filme eu fiquei pasmado. Alguém finalmente entendeu!

Se arrependimeito matasse...

Em meio àquela floresta de árvores alinhadas, eu sou a que está torta. Para mim as outras estão simplesmente mortas. Em meio as grandes e altas copas que insistem em transformar o que está abaixo em escuridão, eu sou o pequeno arbusto que alimenta o jegue.

Eu uma pessoa de sentimento aflorado. Talvez seja gay, talvez seja artista, na verdade não sei. Só sei que eu odeio isso. É bom escrever, mas o que fode é sentir primeiro. Eu queria pedir desculpa por fechar o blog. Mas eu voltei. Muito mais rápido do que eu imaginava. Meu drama não é por sacanagem é por conseqüência. Por achar que o fim do mundo é a cada morte. Às vezes eu esqueço que é um suicídio por dia.

Eu amo escrever, espero morrer tendo sobre o que escrever. Espero morrer escrevendo. Espero escrever morrendo. Espero escrever...

sábado, 21 de agosto de 2010

Sete vidas (the end)

Poeta tem sete vidas. Hoje eu perdi mais uma e resolvi guardar o que sobrou... O alcool e a nicotina vão continuar. Esse é meu medo. As palavras são minha clínica de reabilitação. Eu era meu próprio vício. Pena que acabou.

Acabou o blog. Já acabou outras vezes. Deixa eu viciar em outras.

Prometo um dia voltar.

À todos reticencias e interrogações.

Keep dying.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A semana


Porra! A semana é muito longa para minhas palavras. A rotina da segunda, a demora da terça, a inércia da quarta e a monotonia da quinta estão matando um escritor todo dia. A falta de poesia da rotina faz minha prosa ficar pedante. Eu estou tão cansado em tentar achar beleza na semana. É muito difícil!

Ah! Mas o final de semana há de chegar, as boas conversas, as boas drogas, o bom tempo curto. Até mesmo a ociosidade é bem vinda. O ar do final de semana é cheio de idéias, cheio de cores, até a fumaça se torna mais densa.

Mesmo quando não me lembro do final de semana eu sei que ele foi bom, talvez até por isso. O vômito do final de semana, a ressaca do final semana. Pode acordar quando quiser, poder dormir quando quiser e poder não dormir que é o melhor. Cachaça no sábado e praia no domingo. De calça e tudo, óculos escuros, o resto de uma vodka e

um amassado de cigarros.
Mas a semana insiste em voltar. PASSA MALDITA SEMANA!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Taxistas


‘’ Não puxe minha língua que ela é solta! ‘’

Foi a frase que me deu a idéia desse texto. Quem pega taxi sabe do que eu estou falando. As mulheres não devem saber bem porque sentam no fundo e fica mais difícil de puxar papo.

Taxista é a raça mais inteligente e onipresente que existe. Só tem um problema nisso. Eles sabem e viram TUDO! Para eles o mundo não gira em torno do Sol, gira em torno do seu taxi. O defeito de se achar sempre certo é estar sempre errado. Imagine uma discussão minha com um taxista, ou até, de um taxista com outro. Nas duas os dois vão acabar se digladiando até a morte. Os dois errados.

Ouçam, meus caros, a voz dos taxistas. Ela não é a razão, mas serve para você ganhar histórias.

Que pena que um dia eu vou ter um carro...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

4 Gigantes

Éramos, fomos, somos 4.

A festa nunca pára. Nunca. A sessenta ou a cento e vinte a gente não pára. Altas gargalhadas. Dos 4 gigantes, 4 mundos diferentes.

O zangado – Ranzinza por natureza. Está tudo bem, mas pode melhorar. Ainda tem muita porta para derrubar. O mais preso. O mais diferente de mim. Mas às vezes eu acho que eu vou morrer ranzinza e ele melancólico. No fundo ele é um amor! Kkkkkkkkk

O carente - A sua melhor qualidade é ser amigo. Essa por si só já uma grande qualidade. Não usa metade do coração e do cérebro que tem, mas ainda está cedo. Sente o vazio, que nem eu. O mais parecido comigo. O que mais briga comigo. Que ironia. Orgulhoso. Ele precisa ouvir que estamos lá por ele. É difícil gigantes demonstrarem sentimentos, mas a gente estava lá. Esse é preso pelo sangue, pela tradição.

A razão – Esse é basicamente o cérebro do grupo. Ele provavelmente vai se achar por isso, mas parece que ele nasceu para isso. Só faz merda, mas parece a pessoa mais fácil de se abrir do mundo. Ele é sucinto. ‘’ Você fez merda e pronto!’’. Nada mais. Parece até música. Péssimo gosto musical. O pior dos quatro. Esse não é preso pela sorte do destino. Escolheu uma algema mais racional que ele.

O alvo – O comédia do grupo. Sempre tem um. Talvez tenha nascido para isso. Nunca ligou. Ele mesmo ri da própria desgraça. Ele as vezes pede pela salva de tiros. A válvula de escape do grupo. O elo e a final. O mais diferente de todos. O mais igual a todos. Ele tenta... Esse é preso por um falso futuro.

Einstein disse que na velocidade da luz a massa tende a ficar densa. Nós voamos tão rápido que misturamos nossas massas. Nessa bola de diferentes ideias e diferentes opiniões vemos o tempo tender ao infinito... Que um dia todos nós estejamos presos a uma coisa só. Tem muita coisa para acontecer, talvez o final, talvez o novo começo. Let’s fly!

Solidão



Eu só quero parar. Por que eu insisto em continuar assim? Por que minha mão pesa para escrever? Eu só quero parar, eu só quero esquecer.

Não.

Não dá mais.
Não dá mais para fumar cigarros com falsas vibrações
Não dá mais para beber bebidas com falsas intenções
Ver nasceres de Sol sozinho...

Rap da solidão

É sempre assim, eu por eu mesmo
O Sol insiste em vim, quando eu peço com muito apreço
Para ele não nascer,
Para minha solidão não ter onde se esconder
Com a luz, a fumaça se espalha
O ouro reluz, mas a solidão é uma navalha
Que corta e deixa a carne ensangüentada
Que cura a alma de quem não tem mais nada

A solidão te faz escravo dela,
Te faz procurar alguém em cada viela
Faz você correr atrás da miséria, para se sentir maior
Faz você correr atrás em cada viela, para se sentir melhor

Mas você só vai se afundar
Vai tentar fugir um dia você se cansa de nadar
E não vai sustentar o seu vício agora
Que sua cara cortada agora ignora,
Mas faz favor: Cadê minha dose seu garçom?
Me dá meu tom, bota um som
Que eu continuo sempre em frente
Mas sempre parado
Os sóbrios para mim agora são só retardatários
Queimando álcool a rima vai ficando extensa
Não posso parar, só por insistência
O fim da garrafa chegou, paciência,
Volto para casa acompanhado de alguns mendigos, em ritmo de decadência...

O copo


Basicamente os psicólogos definem uma pessoa pessimista ou otimista com uma serie de perguntas (na verdade, pra mim, a idéia de psicólogo em si é uma grande idiotice. Esses idiotas te ajudam a resolver problemas que só você pode resolver.) e dentre uma delas está a maldita pergunta do copo. Essa pergunta é tão ridícula que eu começo a me coçar de raiva quando a mencionam.

’’ O copo está meio vazio ou meio cheio?’’

Não importa se o copo está cheio ou vazio, o que importa é o que tem dentro dele. Você se acha um pessimista? Encha meu copo de whisky e beba seu merda. Você é otimista? Deixe o copo vazio porque a vida também não é essa maravilha não, mas se gostar de beber encha essa porra toda também.
Aí vem a grande diferença entre o otimista e o pessimista, quando do copo do otimista está vazio ele olha o fundo do copo e vê satisfação, quando o copo do pessimista está vazio ele olha para o fundo do copo e se pergunta porque ele não é mais fundo. O pessimista sempre acha que poderia ser de um jeito diferente, pior ou melhor. Quando as coisas acabam não mudando ele surta e diz que a merda do copo está meio vazia.

Olhe o fundo do copo e veja o que você sente. I feel both...

sábado, 14 de agosto de 2010

Em busca de um bom (p)bar (sexta feira 13)

Éramos um quarteto em trio. Sim, isso existe. Nós por nós fazemos a festa. Fazemos de doses de álcool, altas gargalhadas. Era uma sexta feira 13, só por assim dizer já não era de se esperar coisas normais. Elas não vieram. Aliás, as coisas estranhas que a vida nos reserva insistiram em nos perseguir.

Eu tenho 17 anos. Eu só tenho 17 anos. Essa vai para quem vai sair com gente mais velha... Não saia! Hoje eu me senti uma criança... Mesmo tendo feito muito mais coisas interessantes do que as pessoas que me rodeavam. Mentes vazias, enchidas com meras ilusões e doses de álcool. Não beba para encher sua mente, beba para esvaziá-la. Drink to die, not to live.

Nosso trio de quatro(pessoas!) ficou iludido com possibilidades, não com fatos. Outra lei da madrugada: Não acredite em possibilidades, e sim, em fatos. Se nós tivéssemos continuado bebendo naquele lugar...

A gente não se contentou com a alegria e foi atrás da maldita felicidade. Esse foi nosso erro. Estava bom, para que sair? Nada de bom acontece depois das duas da manhã!
Enquanto você está muito tonto para dormir você pensa nessas coisas.

Enfim, hoje já é sábado 14. A sexta feira 13 passou, deixou nem a lembrança de outros tempos...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Religião e doutrina


(Querem um conselho? Não leiam essa... nem sei pq eu botei, deu vontade. Vo tentar botar outra por cima o mais rapido possível)

Eu acho que eu estou ficando repetitivo falando sobre religião, mas dessa vez é diferente. Eu vou falar sobre uma grande diferença entre doutrina e religião.

Vocês já devem saber que eu não sou católico, mas vocês já pararam para pensar o por quê? A doutrina católica é totalmente falha. Eu nunca rezaria todo dia, nunca daria toda as graças do MEU trabalho para Deus, nunca me confessaria por fazer sexo com camisinha entre outras...

A doutrina de uma religião são seus preceitos, é o que faz você querer seguir e acreditar naquilo! A doutrina religiosa que eu mais me identifiquei até hoje foi a Rastafari. Eu já cheguei a ser vegetariano por algumas semanas, deixar o cabelo e a barba crescer e ver que Haile Selassie I fosse realmente o messias. Não que eu tenha deixado de acreditar nisso, mas moderei. Como carne e corto o cabelo, por isso não me considero um Rastaman.

Eu ainda sinto a divina vibração no reggae roots, minha música gospel... Ainda tento fugir da babilônia que insiste em nos seguir.
A maioria vai rir quando ler isso, mas os que, por exemplo, forem espíritas devem ter sentido alguma coisa que nunca souberam explicar. A vibração do reggae é uma coisa que eu não consigo explicar... Eu tenho pena de quem nunca sentiu isso.

Rasta fire burn!
Selassie is the truth!
King of Zion lead us!

It's friday! (Ragga vibration)

A vibração positiva reina. Graças a Jah a peleja semanal se finda. Escrevo isso ouvindo um reggae, então perdoem da lenta expressão.

O tempo vai começar a virar pó, os segundos vão correndo pelas mãos, os desejos vão virando mera realidade e a realidade virando mera distração. É o fim de semana! As ondas finalmente agora quebram, o mar agora finalmente lava. Depois de toda cruz carregada, a redenção tão esperada agora cura a chaga.

É tempo de morrer, de esquecer... É tempo de beber, de fumar e de fud%$#.

Mas o fim de semana vai acabar...

''Fica só para esperar o Sol
Chega só para esperar o Sol
Fica do meu lado até o Sol chegar
enquanto a estrada não chama...'' Esperar o Sol - Flora Matos (OUÇAM!)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Seleção natural


Seleção natural e determinismo do meio. Duas das teorias de Darwin, que na verdade se completam, são mais do que comprovadas nosso dia a dia. Exemplo: Os nerds sempre sentarem na frente. Nós, a galera do fundão (maioria, por tanto,meio), destinamos a eles somente aquela área na frente e eles acabam daquele jeito. Se um nerd sentasse no fundo ele provavelmente deixaria de ser nerd.

Porém, sempre há um porém, essa teoria tem seu lado falhado. Um ser pode se destacar em um meio que não é o dele sem mudar ou ser expulso. Normalmente, todos os meios estão errados e quando uma pessoa resolve se rebelar contra esse meio, ela está totalmente certa. O problema é quando ela pode se rebelar e não o faz. Sente medo de acabar sentando na frente(por favor entendam a metáfora).

Vocês provavelmente pensam que nenhuma pessoa é igual à outra. Mas a gente é tudo igual! Você pode ter vivido experiências diferentes, mas as coisas que te fazem ser igual são as experiências de todo dia, as que você tem com o seu meio.

Eu estava conversando com uma amiga sobre uma suposta festa e ela me perguntou que roupa deveria usar. Eu respondi, delicadamente, que ela fosse pelada. Risadas cínicas e continuamos. Falei para ela usar alguma coisa xadrez porque eu adoro coisas xadrez. Ela disse que a roupa xadrez dela não era tão arrumada e começamos:

- PORRA! Quem falou que você precisa se arrumar para ir bonita?

-Mas as pessoas que estarão lá vão estar arrumadas e vão ficar olhando para mim!

-FODA-SE! Você precisa da aprovação de alguém para sair?

- Não mas...

-Mas nada é ridículo isso que você está dizendo...

Discutimos por mais alguns minutos, mas nada relevante. Darwin, meus caros, estudou os macacos e esqueceu de estudar a sociedade. Ela, representando o meio, te condiciona a ser igual. Te condiciona a se arrumar quando você não quer, a usar lente ao invés de óculos, a falar bem, a sempre sorrir e a nunca chorar. Faça o que caralho te der na telha! Não se preocupe com o que vão dizer. Please, Fight the Power!

Antes de postar esse texto eu estava relendo e me vi nele. Eu sou assim. Eu me arrumo.Eu sou só um hipócrita falando uma coisa certa. Mas tem um detalhe, eu realmente não estou nem aí pra o que vão falar. Eu me arrumo porque eu quero. Faça uma reflexão e veja se você REALMENTE se arruma porque você quer. Please, try to Fight the Power.

Foto: Paris Hilton foi um símbolo para a sociedade. Notem que ele não está nem aí para ela! kkkkkkkkkkk

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Falta de respeito


Eu respeito muito Einstein pelo seu trabalho, mas falta uma coisa. A falta de respeito. Essa porra é a coisa mais relativa do mundo. Nenhum E=mc² explica porque a falta de respeito pode ser considerada um grande defeito, um coisa pequena ou, para alguns, pode nem existir.

Há quem diga que é falta de respeito não ouvir quando alguém fala. Se essa pessoa for falar merda? Se essa pessoa for medíocre o suficiente para você não ligar para o que ela fala? Se ela der aula de português? Desculpe velhos, burocratas, socialites e minha amigas mas eu tenho poucos anos de vida para perder tempo ouvindo coisas que eu não quero.

Falta de respeito seria se eu não ajudasse se a pessoa medíocre precisasse. Ajudar é sinal de respeito, não ouvir.Se meu pior inimigo estivesse com a perna quebrada e precisasse atravessar uma rua, eu o ajudaria. Talvez quebrasse a outra depois, mas isso é detalhe.

As pessoas não precisam de respeito. Isso elas já tem de quem gosta delas. Elas precisam ouvir o que elas não querem, sentir o que não querem. Se todo mundo se respeitasse isso não existiria. Respeito é relativo e hipocrático.

A vida não te respeita. Ela deve saber mais que a gente. Não respeite. Ame ou odeie, só.

Papo entre o suicida e o moribundo

Suicida: E aí veio, ta tudo em cima?
Moribundo: Tudo mais ou menos. E você?
S: Tirando os alvéolos e as hepáticas tá tudo ruim!
M: Já te falei para você parar com essa vida, um dia você vai acabar como eu...
S: Você tem sorte de estar indo embora dessa merda, eu tenho inveja de você.
M: Eu fiz isso tudo que você faz também, mas um dia isso acaba...
S: Afinal de contas,você tá morrendo de que mesmo?
M: Saudade

Três bip’s, uma piscada. Morte. Escolha qual dos dois você quer ser...

Ps: Os dois morreram.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Mais uma meta

Texto antigo... nada deu certo! kkkkkk

Hoje eu passei o dia tirando as tralhas das minhas gavetas, e a cada objeto que eu tirava vinha uma história na minha cabeça de pessoas que fizeram parte da minha vida. São poucos anos, mas hoje, eu li, na poeira das minhas mãos, minha história...
Os lugares, as pessoas, dinheiro jogado fora (eu joguei fora uma fita de gameboy que foi uma fortuna!), brinquedos que me deram tardes de alegria... Lembrei-me de quando eu era aquele garoto de pernas tortas, aparelho nos dentes, sem jeito nenhum com mulheres, aspirante a poeta e sempre louco por música.

Lembro-me de que eu era tão feliz em ter um som e um Lego, em ir pro shopping e ver 4 filmes seguidos (pagando por um claro!), em passar as férias em Salvador e nunca ter pisado dentro de um shopping lá! Eu era tão feliz antes de crescer!

Quando eu vi isso na minha cabeça, a lágrima rolou da borda, mas não era uma lágrima de tristeza... era de ALEGRIA! Alegria de ver que hoje eu sou o mesmo moleque de 10 anos atrás, mesma mente fértil, mesma lealdade a quem eu amo, mesmas convicções de certo ou errado... Eu não mudei e não quero mudar nunca, mesmo me achando, espantando potenciais pessoas legais, eu não quero mudar! Sabe de outra? Vou gritar quando eu quiser, vou morrer quantas vezes eu tiver que morrer, por quantas mulheres for... No meio da bagunça encontrei cartas de pessoas que fizeram parte da minha vida e, hoje, não são mais que lembranças de bons tempos... Não quero mais isso! Eu quero manter as pessoas que eu amo o maior tempo possível do meu lado! Mais uma meta.

Provavelmente eu não consiga...

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos pais


Que data bonita! Que puta hipocrisia! Todo mundo sabe que dia dos pais, ou das mães, deveria ser todo dia. Eu sei que eu também não levo isso em consideração, mas pelo menos eu sei. Poucos são os que trocam uma boa festa, um bom baba por uma noite com o pai. Talvez eu esteja generalizando espelhando-me por mim(Freud explica).

Para mim, o dia dos pais não tem muito significado. Eu comemoro o dia dos pais no natal e no corpus Christi. Uma das grandes dúvidas que eu tenho na vida é de saber se meu pai é realmente Deus ou só o filho dele. Sim, desculpa dizer isso assim tão repentinamente, mas deve ser dito. Eu sou filho de Deus ou neto dele(ainda bem que ninguém conservador lê esse blog, eu acho). Talvez vocês se perguntem o porquê de eu falar assim do meu pai. Tudo bem que ele tem ateu tatuado embaixo do braço, tudo bem que ele é ateu convicto filho de uma devota católica. Essas coisas só o fazem mais
divino.

Não existe o dia de Deus, só do filho dele(que mancada hein São Pedro, Paulo e etc.). A partir de hoje o dia do Deus é o dia dos pais. E é feriado! (Votem em São Victor nas próximas canonizações! Kkkkkk)

Eu tenho um orgulho imenso do meu pai. Mas eu não levo jeito para ser crucificado.
Sorry dad, I won’t be like you, I hope…

Ps: Por favor, não me queimem na fogueira!

Foto: Kty O.

sábado, 7 de agosto de 2010

Dores de cabeça


Estou escrevendo agora com uma adorável dor de cabeça. Adorável porque eu a mereço. Extrapolei meu limite, na verdade eu o perdi e até agora eu não o achei. Eu me vi personagem de mim mesmo.

Estava no meio da guerra. Inimigos e espiões por todos os lados. Meus aliados foram caindo pelo caminho. Sentia a pele cansada. O líder do exército inimigo usava armas químicas(só no fim da noite eu descobriria o poder dessas armas).

Eu fui um bravo soldado. Quase morri no campo de batalha, o exercito inimigo me olhava com um olhar misto de inveja e desprezo. Estava começando a me sentir em casa. O maldito general da tropa usou a pior arma contra mim, o ‘’perigo de vida’’. Aquele líquido azul fazia um bravo soldado acabar dançando arrocha com seus próprios temores.

A guerra estava quase perdida. Mas eu consegui acordar, no novo dia ficaram as marcas da guerra. Talvez eu tenha perdido uma batalha talvez uma guerra. Depois eu penso nisso, primeiro eu quero curar minha ressaca. Barman filha da puta! kkkkkkkkkkkkkkkkk

Nunca duvide de uma sexta-feira

Eu recebi em minha casa a alvorada. Mesmo que uma alvorada cinza e cancerosa, mas uma alvorada lilás. Lilás. Se dias fossem traduzidos por cores, esse dia seria lilás.

Algumas canetas, ótimas mãos e, a cima de tudo, ótimas cabeças. Uma mesa feito quadro. 4 mundos de diferentes órbitas, colidindo ideias e histórias. Quantas explosões, gargalhadas saudosas nos lembravam que não necessita-se estar junto para estar-se perto.

Defina loucura.

Para mim, loucura é fazer uma coisa simples com pessoas loucas. Foi uma boa loucura. Ninguém se arranhou, ninguém se feriu, não precisou de uma festa nem de milhares de pessoas... Foi só o suficiente para atirar com uma 12 na cara da saudade e do receio.

Espero que nossas órbitas colidam de novo.

‘’ The way you make me feel…”

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

10 anos é pouco


Sempre me perguntei quanto dura o para sempre. Um sorriso, uma hora, uma vida. Eu sei que esse texto está parecendo início de filme de comédia romântica(que são horríveis), mas tente ler até o final.

Só quem já teve a vida nos braços sabe como ela pode passar rápido, sabe como ela escapa de você sorrateira e audaciosamente. Eu já tive a vida em minhas mãos de diversas formas e posições, acabei deixando ela escapar todas elas. Na verdade, ela meio que fugia de mim. Eu não sabia viver. Mas agora eu sei e ela foge de mim assim mesmo. Talvez por medo de se apaixonar ou por medo de se acabar. Minha vida não consegue ficar parada para mim.

Eu não agüento mais correr atrás dela. Ela me cansa. Tanto álcool, tanto barulho, tanta gargalhada. Me deixa com dor de cabeça. Eu não consigo acompanhar meu ritmo.
Eu quero ficar em casa, parar de escrever, mas ela insiste em me levar para ver coisas maravilhosas. Coisas pelas quais valem a pena escrever. Novos sons, novas cores, novos tons. Eu queria poder deixar escrever mas eu não consigo. Culpem a minha vida por fazer vocês perderem seus preciosos minutos diários.

Eu tive uma séria conversa com ela e perguntei:

-Quando você vai parar? Dá para ser pelo menos daqui a 10 anos?

-10 anos? 10 anos é pouco... – respondeu da forma mais sórdida possível

Se fuderam... Mais alguns anos de retaliações verbais.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Escadas


Numa bela madrugada, eu saí do meu apartamento, peguei um elevador e fui até o ultimo andar do prédio munido apenas de alguns cigarros e alguns blues de Robert Johnson.
Eu desci cada degrau como se fosse um erro na minha vida, cada slide na guitarra como uma alegria e cada tragada como se fosse uma dor. Foi uma experiência do caralho, aconselho todos a fazer.

As espirais da escada se misturavam a fumaça retorcida e me deixavam tonto, como se eu realmente estivesse entrando em uma máquina do tempo e voltando para o meu passado. Eu poderia rever os erros, reviver os bons momentos... Ah que saudade de brincar de Lego, de jogar um bom basquete, de dar o primeiro beijo, de amar e ser amado, de sentir de novo o primeiro arrepio anunciando o êxtase. Até os cortes pareciam melhores. Cada fora, cada desilusão parecia muito mais um aprendizado que uma maldição.

Até voltei em outras vidas. Aquela que eu queimei uma guitarra, aquela que eu rodei a América em uma moto e aquela que eu fui crucificado.

Só que o blues acabou, o cigarro apagou, o tempo voltou ao normal e, quando eu bati a porta da escada, aquele barulho foi como um gongo me trazendo de volta à realidade.
Sem Lego, sem bola, sem êxtases. A dor e a revolta voltaram. Estava de novo em casa. Nada como o nosso lar...

Espero um dia voltar a escada poder ouvir Robert Johnson cantar de novo:
“Oh babe, my life don’t feel the same” – Kind Hearted Woman Blues

Está aí a música para quem quiser ouvir
http://www.youtube.com/watch?v=82yNxiF-T4A

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Isso não é um texto, é um agradecimento...


Eu sou um cara solitário, mas sou dependente várias coisas. Álcool, doses diárias de nicotina e naftalina, amor. Sim, dentro dessa capa mal cuidada e suja existe alguém que necessita de atenção. É meio melancólico e baixo-estimático(se é que essa palavra existe) admitir isso, mas eu sou.

Já busquei essa atenção em mulheres, na música, em semi-drogas e ultimamente em amizades. Foi a segunda mais dolorosa experiência que eu já tive.

Amigos são pessoas, eu sempre fui péssimo com elas e elas normalmente são péssimas comigo. Eu tive a sorte de saber conhecer as pessoas de longe, saber quem presta ou não. Às vezes acho que foi azar porque eu acabei só conhecendo pessoas extraordinárias e me sentindo um péssimo amigo para todas elas.

Há dias em que eu quero me rasgar ao meio e satisfazer os anseios de todas elas. Eu vejo pessoas fantásticas indo embora por eu não dar o valor necessário e merecido a elas. Eu queria ter 1000 braços para poder abraçar cada uma todo dia.

Eu amo meus amigos, cada um deles, cada um a sua forma e intensidade. Eu sempre tive facilidade de escrever sobre tudo, mas eu estou travado. Tenho medo de ler esse texto de novo e achar péssimo e acabar não publicando(me perdoem pelos erros gramaticais).

Eu queria me desculpar a cada lágrima que vocês choraram e eu não estava lá para secar. Eu queria agradecer por todas as vezes que vocês perceberam que eu estava mal e me reergueram. Eu sei que a grande maioria dos meus amigos não lerão isso... Que bom. Eu tenho uma casca mal cuidada e suja para preservar!

Eu preciso de vocês... Eu amo vocês

ps: Esse texto deve ter ficado realmente muito melancólico, prometo um mais alegrinho e drogado da próxima...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Moinhos, dragões e ventos


Estava conversando com uma amiga recentemente, e chegamos a um impasse metafórico: Sonhos são moinhos ou dragões?

Essa pequena metáfora gerou uma boa conversa, mas é uma pena que os dois estejam errados. Sonhos são ventos. Ventos fortes. Quando estão longe parecem que nunca irão chegar, quando passam por você, às vezes, você nem percebe.

O ser humano sempre sonha, os poucos sábios que morrem sem sonhar são miseráveis. Quando um sonho se realiza, o mundo insiste em parar para que você tente aproveitar, mas somos seres humanos. Nossa raça não está satisfeita com nada, nunca. Tentamos chegar à perfeição e quando alguém, no nosso ponto de vista, chega a perfeição nós o apedrejamos. Há os que não querem ser perfeitos(eu sou um deles) e buscam ao máximo a imperfeição plena. Idiotas, a imperfeição é um giro de 180 graus da perfeição. Pode até parecer um texto de auto-ajuda, mas não é. Esse texto basicamente se resume(adoro resumir coisas) em uma frase: VOCÊ ESTÁ FUDIDO!

Se acostume a isso, viva com isso. Você nunca vai estar 100% satisfeito com nada, não tente se enganar.Você nunca vai ter sapatos suficientes, nunca vai estar magra o suficiente e acima de tudo você sempre vai achar que podia ter feito alguma coisa diferente. A felicidade está em saber sonhar. Não espere que as outras pessoas saibam sonhar, deixe elas aprenderem sozinhas. Saiba ser feliz com o que está ao seu redor. Um bom vinho, pouco dinheiro, muitos amigos, pais conservadores e uma TV a cabo.

Katy, sonhos e desejos são como o vento, vá comprar um pipa porra!

Ilustração: Kty O.

Língua na orelha, gelo no copo e solidão de 2

-Memórias de um bêbado

Essa não é a minha história, essa história foi de ontem. Hoje, eu não sou aquele. Copos de vidro. Malditos copos de vidro. Eles brilhavam tanto... Aquelas lindas pedras de gelo que nadavam no whisky. É até aí onde eu lembro, a partir de agora são só flash’s.

Quinto copo – Uma mordida no lábio(daquelas que quem já pôde provar sabe),fui levado para um pub sujo e imundo, pelos lábios, onde ouvi no toca disco um bom e velho Rolling Stones.

Décimo copo – Sintomas se agravando, menos um maço, um garçom revoltado e a dona da mordida não parava de me atiçar.

Fim da garrafa – Daí eu me lembro muito pouco. Lembro que eu comecei a apagar os cigarros no meu próprio braço (auto-flagelamento alcoólico). Trouxe a bela dama para casa. Não me lembro de abrir a porta. Lembro de tocar Los Hermanos no violão(que por sinal amanheceu quebrado).

Eu tenho um ouvido muito bom e os sons que me recordo daquela noite são simplesmente traduzidos em uma frase: ‘’Língua na orelha, gelo no copo e solidão de 2’’
Ps: Não sei o nome dela, nem lembro a cor do seu mamilo, mas se eu vê-la na rua eu a mato! ELA QUEBROU MEU VIOLÃO! (espero que tenha valido a pena! kkkkkkkk)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Chico, nicotina e desejo

Eu estava falando muita besteira, voltei a falar um pouquinho do que importa...(pelo menos para mim)


Essa não é mais uma história sobre tristeza e melancolia afogadas em 40% de álcool em um litro de água destilada. Pode até parecer mais não é. Ainda tinha uma estaca cravada em meu peito sim, mas essa noite ela tinha dado uma folga. Eu tinha saído com uns amigos para um bom bar. Quer dizer, um bar, porque de bom só tinha a cerveja, os cigarros e a companhia. Era uma mesa perto do rio e nós jogávamos copo e bitucas para alimentar os peixes. Não me orgulho de estar poluindo o rio, mas você sabe... (tentei achar uma explicação plausível mas não achei). Voltei para casa ouvindo somente as risadas dos passantes, os gritos que algumas meretrizes davam para chamar minha atenção e um leve diabo na minha orelha mandando eu parar, mas eu não parei. Quando cheguei em casa coloquei o LP “caros amigos” de Chico Buarque peguei o cinzeiro, deitei na minha cama e coloquei-o na barriga. Repentinamente, me deu uma vontade de chorar pela morte de Tom, Vinícius, Cazuza e Elis e eu chorei. Chico até que me consolou bem, mas nem tanto.

No começo da história eu falei que essa não era mais uma história sobre tristeza e é agora que começa a fazer sentido. Depois de velar a morte dos meus ídolos eu simplesmente chorei de novo, a minha morte. Foi mais uma daquelas experiências pré-morte que eu já tive tantas outras vezes. O violão de Chico junto com a fumaça, que já tomava conta do quarto, me fizeram lembrar dos bons momentos que eu tive num lugar tão frio quanto aquele. Quando essas lembranças me tomaram o pensamento, eu senti como num sopro de gozo um vulto quente tomando conta do meu corpo, continuando de onde as lembranças pararam. Joguei o cinzeiro no chão e me agarrei àquele sonho com quem agarra alguém a beira do abismo. O quarto já parecia um forno, enquanto eu me enganava naquela ultima dose de ópio. O possuí como se ainda fosse meu, cuidei como se fosse meu, amei como se fosse meu, rasguei como se fosse meu, mas ela foi embora dizendo: Agora eu sou de outro, cravo.

domingo, 1 de agosto de 2010

Futuro do mundo


Eu temo pelo fututo do mundo. Deitado no meu sofá enquanto eu via um comentário sobre remixes(pode parecer um péssimo tema, mas era um grande comentário), eu parei para pensar no que eu faria daqui a 10 anos. Pensei que poderia escrever um livro. Quase chorei de tristeza.Chorei por não ver esperança no futuro.
Meu livro seria sobre alguma coisa importante, talvez um livro de poesias... QUEM IA LER ESSA MERDA? Hoje a juventude lê crepúsculo e derivados. Eu nunca escreveria tanta besteira juvenil assim. Nem toda leitura é valida vale ressaltar.

Também pensei em gravar um CD. QUEM IA OUVIR ESSA MERDA? Hoje vejo jovens chorando por Justin Bieber. Eu acabaria fazendo música para velhos decrépitos com alguma noção de cultura, odiaria isso.

Resumindo, o mundo vai acabar. Eu quero morrer antes de ver esse apocalipse, espero que Deus tenha misericórdia e me deixe surdo e cego quando esse dia chegar.

Como diria uma música que ouvi um dia desses...

''O tal do rock'n'roll morreu, antes ele do que eu"

Fé ateística


Um dia desses me perguntaram em que eu acreditava, em relação a Deus ou qualquer dessas coisas em que se colocam o motivo de toda desgraça ou de todo milagre. Respondi, singelo e cínico, que eu era ateu e acreditava em Deus. O questionador ficou perplexo com tamanha loucura e me perguntou como isso seria possível.
A fé ateística (uma teoria religiosa que eu mesmo criei) é basicamente só acreditar em alguma coisa superior quando se precisa dela. É o que a maioria já faz, só lembra de Deus quando precisa dele e as pessoas que lembram Dele toda hora são só burras mesmo, mas isso não vem ao caso.
Eu não sou hipócrita com Deus, eu falo '' só falo com você quando eu precisar, seu peste'' (mantenho laços muito íntimos com Deus) e Ele tem sido muito bom comigo ultimamente.
Deus foi bom o suficiente para nos mandar Darwin, Newton e Einstein para provar que Ele mesmo estava errado (muito modesto da parte Dele, não é à toa que ele é Deus).
Contra provas não há argumentos: Viemos dos macacos, não somos o centro do universo e a igreja católica-evangélica é uma instituição marcada por garotinhos,sangue e MUITO dinheiro.
Acredite no que quiser, mas se você acreditar que nós viemos do barro, você não deve gostar muito de estudar...


Valeu KatySemCat pela ideia!

Início do fim

Fui incendiado pelo cheiro enferrujado da minha maquina de escrever, antes fosse uma pena para que eu não gastasse meu sono. Poderia escrever um livro, mas não, essas são só minhas memórias prévias. Não sou Brás-Cubas que morre para escrever, eu escrevo para morrer. Essas palavras são todas dos sonhos e das noites que eu ainda irei realizar, são meus sonhos e anseios, meus vícios e devaneios. Esse é o início do fim.

Boas Noites Acabam Em Péssimas Manhãs

Estava cansado de mais uma semana de trabalho, acordar cedo para dormir. Essa rotina entediante já tinha tomado boa parte da minha resistência ao álcool e eu precisava recuperá-la. Sexta à noite, um maço de cigarros, uma boa vodka, um telefonema. Os minutos seguintes são de aflição, até que a campainha toca. Em meio àquela fumaça rala e cancerosa vi uma salvação para meus vícios:

- Essa é sua casa?

-É onde eu durmo – respondi seco como minha garganta em busca da vodka

A noite acaba voando com muitas conversas que não vale à pena se citar. O fundo daquela garrafa já denunciava o que estava por vir. Não houve misericórdia. Nada naquela mesa permaneceu intacto. Derrubei cada copo, o cinzeiro cheio de bitucas e um jarro com flores, a despi quase que ao mesmo tempo em que a arremessei na mesa. Arranhões, diria rachaduras, deixavam em carne viva a vontade dos desesperados. Os gritos acordavam até os deuses que estavam a descansar. Todos pararam para ver aquela cena, o mundo viu que não tinha farsa. E só então acabou.
O Sol já nascia quando a endorfina ainda tomava conta. O álcool misturado com a nicotina também fazia seu trabalho. O que sobrou para nós foi só a rouquidão e a troca de olhares.
Pisquei mais uma vez, acordei só. Procurei-a por toda a casa e não vi rastro da sua desordem. Nem as bitucas, nem a garrafa. Olhei o maldito calendário. Era segunda e foi tudo um sonho de domingo.