quinta-feira, 30 de setembro de 2010

''Não tem classe social para ser FILHO DA PUTA pode ser patricinha, playboy, mendigo pastor o que importa é conduta.'' - MAG

Eu fui alvejado por uma bala

Que projétil frio e metálico espera minha efêmera vida? Que calibre vai encerrar as chagas e as feridas aberta? Espero que seja rápido, espero que me último suspiro seja lúcido. Avise a eles que eu amo-os. Não, não. Teria que entrar para história o que você diria na hora da sua morte? (deixem nos comentários)

Calma! Deixa eu me arrumar... Pronto. Pode atirar.
- É essa a sensação. AH! Se eu soubesse morria antes...

'' a warrior fights for his soul, or for the rest of it. '' - Matisyahu

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

escolha

Quando pequenos, seu irmão caía de bicicleta e ela chorava. Quebrava um dente e ela chorava. Tomava bronca de um mais velho e ela chorava. Ela saía correndo da cena em direção à porta mais próxima e se escondia entre a parede e a madeira, as lágrimas fluidas. Perguntavam-lhe o porquê daquilo, mas era nova demais pra se explicar.

Hoje, o vê bater a cabeça na parede, sentar em ponta de faca, devorar as próprias entranhas. Ela mantém o hábito de fugir, mas agora não há lágrimas. Não é que a dor de outrora não exista mais, nem que aquela coisa de irmãos tenha acabado. É que antes ele não tinha escolha.

Agora os dois têm.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Contradição

Katyucia falou que eu fui contraditório... Eu parei para pensar.
As pessoas vivem falando para você se posicionar, ter personalidade e essas coisas que fazem você ser gente. Mas pára para pensar comigo, se a gente ouvir e respeitar os dois lados de uma moeda, a gente não se sendo contraditório? Porra! Se você acha que sua opinião é a certa, só ouvir a do outro já um tipo de contradição.
O certo é o certo. Existe na matemática e na física. Não na vida. A contradição nos governa. Obrigado Deus por ser contraditório!(agradecer a Deus, entenderam a contradição?). Nenhuma idéia é tão errada que não possa ser ouvida e nenhuma idéia é tão certa que não possa ser contestada.

A contradição é nossa passagem para a razão. Ser racional é ser contraditório. Aceitar ser um grão e uma duna inteira...

''A man is just a man, filled with faults and weakness...'' Late night in Zion - Matisyahu

Jogadores de poker é que são felizes

Com tempo a gente aprende a amar. Errando e se fudendo a gente vê que a vida é um jogo fácil de se jogar quando nós damos as cartas. Quando nós estamos recebendo-as é preciso calma e galhardia ao fazer a próxima aposta. Jogadores de poker é que são felizes...
Ainda bem que eu nasci com um cacife pequeno. Nasci já metendo a mão no pot e os outros jogadores se perguntavam quem era aquele neguinho ousado...

Mas aí alguém jogou melhor que...

Hoje fumo, bebo e não fodo às custas de caridade. Perdi na mesa meu orgulho, meu respeito e meu controle.

Blefei

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Preconceito

Olá pequenos futuros burocratas! Eu não gosto de lutar por coisas perdidas. Já fiquei rouco demais. Negro vai morrer descriminado nesse país. Os ''ditos'' brancos que se acham civilizados quando vai para o exterior são encarados com risinhos sarcásticos dos verdadeiros brancos. Eu resolvi falar de um preconceito que ainda dá para ser mudado. O preconceitos contra homo/bi/pan-sexuais.

Na sexta passada, levado por uma leve embriaguez eu cometi um erro. Taxei uma pessoa de filha da puta por ser gay. Eu admito que estava errado. Eu devia ter ido que ele era só filho da puta. Ele era um gay filho da puta com existem heteros filhos da puta. Eu não tenho nada contra gays. Eu adoro eles! Eles me acham bonito. Adoro pessoas que me acham bonito.

Desculpe J., prometo não te chamar mais de gay filho da puta. Pode agarrar quem você quiser. AH! Mas você ainda é filho da puta e merece se fuder. (se bem que você ia gostar!)

sábado, 25 de setembro de 2010

Eu parei de morrer

Desculpem meus inexistentes leitores, meu lirismo se perdeu em algum meio fio em que me apoiei. Lá o deixei ao relento, até o próximo bêbado se escorar e encontrá-lo. Tomara que ele sinta saudade de mim.
Os cigarros perderam o gosto, a bebida desse muito fácil. Eu não sinto a dor da vodka. Meu estômago não esquenta mais.

Que maldição é essa chamada felicidade? E eu que achei que tinha o corpo fechado...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

pílulas

Desde pequeno, já conhecia a rotina.

De noite, os olhos injetados da sua mãe precisavam de pílulas pra dormir.
De manhã, os olhos cansados queriam pílulas pra acordar.

Da primeira vez que tocou um cara, não sabia se estava sonhando.

Corra aqui, corra!! Venha ver o que eu estou vendo!!
Viu? Bem no fundo?
É uma moeda da sorte na nossa caixa d'agua.

Vê aquela garotinha de vestido cor-de-rosa e boneca à tiracolo?
Foi ela quem jogou.

Só sucos

Em plena época de eleições, onde não me encontro representado por ninguém, eu me vejo representado por uma mulher na rua. Eu estava atravessando a rua e me deparei com uma mulher sentada numa lanchonete. O nome da lanchonete era só sucos. Uma variedade enorme de opções para sucos saudáveis e saborosos. O nome da porra da lanchonete era SÓ SUCOS! A divina mulher estava simplesmente fumando e tomando uma coca-cola. Se ela se candidatasse eu votava nela!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

sobre homens (e) idiotas

Fui absolutamente irresponsável, já sei. Foi arriscado demais sair do ballet e andar por ali às dez da noite, pois aqueles 50m que percorro sempre são MUITO desertos. E o meu collant preto, coque no cabelo e bolsa gigante no ombro esquerdo não ajudavam a criar uma imagem de "gostosona" [e quando digo gostosona, quero dizer o contrário de frágil].

Eu nunca faço isso, mas fiz. Respirei fundo e saí andando com os olhos erguidos, até que um idiota vai enconstando o seu carro do ano ao meu lado. Eu olhei, inocentemente, pois achava que ele queria informação. Quando já estava em casa, me dei conta do perigo que corri e entrei em pânico, mas isso não vem ao caso, já que a natureza foi muito gentil comigo e o máximo que me aconteceu foi um profundo aborrecimento.

O cara era daqueles estilo "bombadões", provavelmente de anabolizante, com cara de pouco cérebro. Se achou no direito de dar em cima de mim, já com aquela pose de irresistível, como se eu estivesse interessada. Continuei seguindo o meu caminho e ele falou mais besteiras, mesmo que eu dissesse que não queria papo. Depois me chamou de mal-educada. Depois disse que não estava dando em cima de mim. Que só parou por educação. Me xingou de mais alguma coisa [perceberam a educação?]. Por fim, disse que não gostava de mulher anoréxica. Eu soltei um "que bom" e segui meu rumo, bravamente. Ele foi embora. E eu pensei: EU PERGUNTEI ALGUMA COISA, PORRA?

Eu dei alguma liberdade pra aquele cara? Eu disse que precisava da eduacação dele? Que mania irritante do caralho desses porras que tem a inteligência entre as pernas ou nos braços, ainda não decidi, de achar que todo mundo tá dando mole pra eles!! Isso é coisa de gente com baixa auto-estima, na boa. Daí quando vem alguém que não está nem aí, é louca, puta, ou anoréxica. Vai procurar alguém do seu naipe, mermão, que curta as mesmas coisas que você. Eu sou de outro mundo, de outro meio, de outro tempo. E anoréxica, não. Parar de comer é pra caretas. Os bons comem até ficarem empanturrados e depois vomitam. Muito melhor.

O que me dá raiva, é esse povo achar que é superior e que pode mexer com os outros na rua. Ele só fez aquilo pq estava dentro de um carro legal, e de um corpo legal [na concepção dele], não pq esperava que eu fosse dar mole. E isso é ridículo. Como se todo mundo tivesse que ter as mesmas opiniões. Ridículo.


OBS: tô ligada que se fosse outro, eu podia ter morrido. foi só uma brincadeirinha besta, ainda bem.
OBS 2: eu não sou bulímica.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

festival

Ninguém me avisou que aquela centopeia que engoli tinha pregos nos sapatos, e ainda por cima, era sambista. Na alta madrugada fui pega de surpresa pela sua dança e até achei que ela tinha se multiplicado dentro de mim. Por favor, pare com isso! Meu baixo ventre não é lugar! Malditos sapatos.


Tentei de todas as formas deixá-la confortável, mas nenhuma posição a satisfazia. Acho que me tesava. Fui obrigada a me habituar porque não tinha remédio. Enquanto isso, os raios de sol dissolviam a escuridão do céu meio turvo, e a umidade adentrava o meu quarto e o meu corpo sem pudor.


Descobri sozinha que a centopeia cuspia fogo e não engolia de volta. Tampouco parava de sambar. Seria um belo espetáculo se o palco não fosse as minhas entranhas, e se a plateia não fosse invejosa. Digo invejosa porque alguns indivíduos não se contentaram em assistir e resolveram entrar no clima! Aquela lesma de outro dia passeava despreocupada pelo meu estômago. Pesada demais, grudenta demais. Alguém tire ela daqui! Já estou ficando verde.


Quero ajuda sim, por favor e muito rápido, acho que tem uma cobra também. Ela enroscou meu fígado e pretende explodí-lo, eu vi. Olhe pra mim agora, meus lábios estão sem cor.
- Deseja alguma coisa?
- Um copo de água e uma mão fria, por favor. Vou vomitar.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Retirante

Essa eu escrevi a uns tempos...

''Oh Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair, cair sem parar
Oh Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso que o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há''


Essa vai para todos que já viram perecer
Sua família e nada puderam fazer
Aqueles que de água só sabem o básico
Porque quando ela cai eles se molham rápido


Pelas rachaduras a água escorre
Como a vida de milhares que morrem
Os que poupam o choro para água poupar
São os mesmo que fogem de toda a miséria


Enquanto nós tomamos nosso banho
A pele deles coça e as doenças vão se propagando
A falta de água só faz piorar
A peste negra que ja reinou na Europa,
E agora veio para cá
O calor que rasga a pele, só piora
Enquanto aqui o ar-condicionado te gela
A semente tá jogada só falta regar
E você achando que a torneira abertar não vai influenciar...


Viram retirantes, adquirem sequelas
E se alastram nas favelas
E não conseguem mais voltar
E perecem não de sede
Mas a mercer da chuva de bala
Recorrem as ruas, começam a roubar
E a história se repete,
Se der sorte morre antes de ir para o inferno
E o retirante se despede...


Essa é a vida do sertanejo
Menos poética do que a TV mostra
Mais dura do que essas rimas de bosta
O pior dos problemas não é a falta de água
É o latifúndio plantado ao lado, que mostra
A torneira da desigualde que escorre água
Da mais cristalina e cara
Que custou a vida de milhares de sertanejos
Que ficaram a penar, com os calos
Os filhos e os talos
Que nunca germinaram e nunca germinarão

Hasta la muerte

Socialistas são os ociosos que gostam de pensar. Anarquistas são os trabalhadores que não pensam. Por que não juntamos tudo e transformamos a utopia em realidade?

We can be wrong, pero yo penso que así estaremos hasta la muerte!

Feel good hit for the summer

essa música é simplismente o que o autor lembra de um reveillon. ele esqueceu dois dias inteiros e só lembra disso...

Nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy, and alcohol
Nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy, and alcohol
Nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy, and alcohol
Nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy, and alcohol
Nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy, and alcohol
Nicotine, valium, vicodin, marijuana, ecstasy, and alcohol
C-c-c-c-c-cocaine
C-c-c-c-c-cocaine

http://www.youtube.com/watch?v=bAXPUN2z2CE&feature=player_embedded

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Esses muleque não têm medo de morrer...

Ele apanhou. Apanhou e morreu. Sangrou sem ajuda médica. Quem bateu acusa de assalto. Há os que defendam e falem '' se fosse com você, você também matava.''. E se fosse você que estivesse apanhando? Se você precisasse se drogar para conseguir aguentar o frio de madrugada e o calor do meio dia? Se fosse você que todo dia tomasse enquadro de polícia mesmo sem ter feito nada, só por andar mal vestido?

Quem merece morrer é quem tem escolha e escolhe o mal. Sim, ele podia não assaltar. Podia baixar a cabeça para o sistema e carregar peso que nem um burro de carga. Se fosse eu? Eu ia bater de frente também.

''Já tá na hora de tomar o chicote do capataz'' - Pelo amor (Projota)

Just some words (3)

12 anos. Nem gelo. Vira para ficar vermelho. Desabotoa a camisa, o calor é intenso. Deita a garrafa o malte tem que nadar, enquanto a gente se afoga. O copo largo é sempre o toque final. Cruzam-se pernas e esquecem-se de quem bebe a pedra 90, de quem fuma o crack, de quem não tem como fugir. É só hoje. Deixa eu esquecer da dor alheia para esquecer a minha própria. O dinheiro não é o problema e sim a falta dele...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Just some words (2)

Uma vodka para cortar minha noite. Hoje eu não vou fumar. Não quero me suicidar hoje. Só hoje. Amanhã talvez. Depois nunca mais. Só hoje. PORRA! Me deixa sorrir, me deixa cantar, xingar os burocratas na rua, desrespeitar, quem sabe alguns dedos...

Me deixa parar de correr para o fim. Eu quero dar um moonwalk sobre meu próprio destino.

(...)

Dá-me um cigarro.

Just some words

Uma cerveja para cortar minha tarde, não melhor que um beijo. Meus pés estão aonde podem me levar, se pudessem ir um pouco mais longe não estariam aqui. Já dei as cartas. Nesse místico tarô atemporal mergulho sem me perguntar o por quê. Cartas viradas ditam a lei do jogo, que pode virar de cabeça para baixo à qualquer cartada.

Se a vida é um jogo, eu tô perdendo. Apostei tudo que tinha em nós dois... (Tua menina - geléia do rock)


Garçom! Acabou a garrafa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Deficientes

Provavelmente, o que tem aqui vai de contra toda e qualquer norma de bom senso. Qualquer forma de educação ou respeito. Mas é o que todos pensam. Hipócritas tem medo de admitir.

Eu estava andando na treze voltando para minha casa e vi uma deficiente(provavelmente com paralisia cerebral) com uma muleta e uma acompanhante. A cada passo seu rosto transmitia aquela garra de conseguir andar. Há os que olhem aquilo e se sintam bem vendo que uma pessoa debilitada está tentando melhorar cada vez mais. PORRA! Vocês tem noção do quanto de ser difícil para alguém mal conseguir andar e ver pessoas correndo todos os dias. Ter o rosto deformado e ver belas modelos nas capas de revista. Não se mexer direito e ver alguém com preguiça de levantar.

A deficiência é uma praga, não um obstáculo. Ela não foi feita para ser superada. Ela foi feita para ser entendida. Quem é deficiente tem que conviver com isso. Não tente superar. Se você cair você vai se machucar. Exija rampas, mas não se levante. Agradeça por não ser surdo. Você ainda pode ouvir música...

Suicide Season


Existem muitos jeitos de se matar. O suicídio como forma de acabar com todos os problemas é a forma mais simples e eficaz. Só os fortes conseguem. Eu acho que quem se suicida é mais que todos nós. Eu não tenho tamanha coragem. Eu me mato só aos poucos. Mais um gole, mais um trago...

Um tiro na cabeça, pulando de um prédio(a mais divertida), cortando-se, respirando escape do carro. Durma para sempre um sonho lento e cadente. Eterno. Vivo. Por mais que o inferno te espere, aqui deve ser pior...

Imagem by: PC Siqueira

fuga

Desejou tanto ir pra bem longe dali. E foi.

O som embaralhado de tantas vozes confundia os pensamentos, mas chamou tal confusão de silêncio. Não ouviu mais nada. Daí levantou um pouco os olhos e viu joelhos e pés sem dono, de um lado pro outro: movimento [Por que não se movimentava também? Tinha se esquecido dos pés? Lembrou. Doíam.].

Congelou a imagem e o tempo. Quantas unidades se passaram, mesmo? Foram milésimos de segundo ou todo mundo percebeu? Não sabe. O corpo pesando cada vez mais, pois nesse ponto a consciência de cada parte dele era absurda. Os cílios faziam força para esconder o âmbar e esconderam. O nariz enfiado num travisseiro quentinho... ou era um ombro? Não importa.

Fugiu.

sábado, 11 de setembro de 2010

O que você vê por trás do ser ou não ser?


Aprendi nesses meus três anos de ensino médio, que o álcool inibe o cerebelo que é responsável pelo equilíbrio do corpo. Que bom ter aulas práticas!

Odeio mortalmente o álcool! E das bebidas que já experimentei, todas foram como se descessem agulhas pela minha garganta. Prometi não ficar bêbada. E como todo bom ser humano e brasileiro que sou, cai em contradição.

Era pra ser uma brincadeira, e foi, mas... A Brincadeira me levou a quatro doses.

A primeira. Sentia aquelas agulhas descendo e se acomodando em meu estômago e... aquele gosto amargo.
A segunda dose. De um lado ou outro, já via as imagens passarem mais devagar.
A terceira dose. Três novas sensações... tontura...tontura............tontura!
A quarta. As agulhas faziam festa em minha barriga e tontura...tontura..........sono!
A quinta. Não teve, já bastavam quatro! Queria que aquelas agulhas fossem embora, mas não por onde vieram.

Deite-me, confortavelmente. Consciência estava à mesma, tudo estava claro na minha cabeça. Mas meu corpo não. Senti-me inútil. Dizem que bêbado fica com vontade de chorar, e eu queria chorar. Mas era por causa das perguntas, da inutilidade, por sentimentos reprimidos ou por efeito do álcool? Nem eu sei. Acho que tenho que brincar de novo para descobrir.

Deitada confortavelmente, perguntas eram-me feitas, sem intervalos. Aproveitaram a situação para tais. E Aproveitaram-se de mim, de minhas respostas. Ou eu que me deixei aproveitar? Eu estava consciente, eu pensei no que responder, eu procurei uma resposta que combinasse com a situação e meu estado. Esperta? No momento sim. E agora? Ainda não terminei os cálculos.

Odeio mortalmente o álcool. Ouvi meu amigo dizendo que bebeu muito, mas lembra-se de tudo, pergunto a pessoas que bebem aos quilos e todas recordam as coisas que fizeram. Eu estava consciente... Então por que de repente viramos poetas e recitamos verdades e segredos, por que viramos músicos e compomos bobagens, e por que ainda viramos um dançarino? A Imagem que passam da bebida, que ela causa todos esses efeitos, tornou-se tão forte que nos atingi psicologicamente. E nada como a força do pensamento... Isso eu sei porque experimentei essa força, realmente achei que o álcool controlava meus pensamentos, mas depois vi, que era apenas eu mesma.

Somos mesmos uns fingidos, aproveitadores, igual a crianças que se caem e não se machucam, mas choraram para receber atenção. Somos apenas fisicamente inúteis. Já percebeu que você pode voar em sua mente?

Você pode dizer que isso só aconteceu por que bebi pouco. Mas me pergunto se eu não bebo, não tenho costume, então não tenho que ficar bêbada mais fácil? Ah, vai saber. Dizem que a primeira impressão é a que fica. Não tive uma segunda ainda para comprovar essa ‘teoria’.

O que você vê por trás do ser ou não ser?

By: Kty O.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Fotografando

Essa vocês não vão entender. Eu nunca escrevi tão para mim...

Um gramofone, um bocado de grama, uma xícara de café e um cigarro. De frente com o mar. Do segundo andar o vento parecia soprar para me derrubar. Esfriou meu café, mas eu não desci para esquentar. De nada mais precisava além da minha retina. A água era gelada, mas azul. A vida era promíscua, mas era bom, e ditava um tom de furta-cor. Sem LCD ou ecstasy, sem vicodin ou paracetamol. Deixa doer...
Só um reggae. Depois me mata, mas espera essa. A vibe roots já me assolava. Uma mistura de suicida punk com rastafári vibrante. Era eu. Mais nada houve de se fazer. Me larguei lá. Deixei meu eu naquele lugar. Não quero encontrá-lo de novo. Não quero fumar maconha nem beber até cair. Eu sentei ali e ali eu fiquei. Preciso de um resgate. A abstinência está colocando pontos em frases e aleatórias. Vou lá...
Voltei... E vi como eu estava bonito. Ocúlos escuros, barba por fazer, a cara marcada, no corpo alguns arranhões e queimaduras de cigarros, o cabelos enormes dreads balançando ao vento.
Aquele sou eu... Fotografando o mar com a retina...

De volta aos problemas

(depois do feriadão)

Como eu queria aquela estrada mais longa. Talvez uma ajudazinha de Deus para fazer a vida acabar. Eu não queria voltar. Lá era bom. Tão simples. Tão vivo.
Aqui são velhos problemas. Novos problemas. Por que? Por que tanta preocupação? Tanta desilusão... Lá eu era só mais um, aqui eu sou menos um a cada dia que se passa.
Pelo menos aqui eu tenho tempo para morrer. Volto a me sentir inferior. Volto a ser quem sou. Sem vida, sem gosto, sem alma...

O jeito que eu acordo

O jeito que eu acordo é o jeito que eu morro
Com ou sem ressaca, a falta de sorrisos é natural
Sem ter para onde, eu corro
Com o queijo e a faca, com um humor circunstancial

Dá-me um cigarro, amor, eu prometo ser o último
Nesses próximos dias, nessas próximas horas
Deixa eu viciar-me para não viciar em você
Deixa eu matar-me para não matar você
Não sou o mesmo de outrora
Sua lágrima só mexe com meu sepulcro

Nada que seu sorriso não afague
Nada que minha voz não disfarce
Nada que meus olhos consigam negar
They can’t deny...

Ódio

Quando sentires o frio de uma foice subires ao teu pescoço, não tema, ainda não chegaste sua hora. É só a vista mais próxima que temos do inferno. O mais longe da razão.

O ódio governa-nos... Damos tapas na cara, dizemos heresias, vivemos o que nós somos. Não podemos ser quem somos. O ser humano é muito ruim, nos mataríamos rapidamente. Nossa hipocrisia de cada dia é o que nos mantém vivos, pura seleção natural. Aqueles que não tem essa hipocrisia morreram com o tempo ou ficaram a margem de toda uma sociedade hipócrita. Nossa hipocrisia é nossa melhor qualidade.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

pupilas

Quando eu era bem criança, ficava intrigada com o escuro que ia se dissolvendo. Nem percebia o momento exato da dissolução, nem entendia o motivo. Apenas achava que o quarto ficava mais claro.
Hoje sei que apesar de não ser um animal noturno, meus olhos se habituam à escuridão e as minhas pupilas controlam a entrada de luz. Não é que o breu perca a densidade, é que eu consigo penetrá-la.
Me disseram que as minhas pupilas se dilatam visivelmente, apesar do âmbar, e denunciam demais o êxtase ou torpor. Sei lá. Também disseram que o âmbar brilha um bocado. Deve ser, quando está claro.
Eu sei que no escuro eu me perco, e depois acordo, e vejo.
[E como é bom enxergar]

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Caixa de fósforos

Oh bela caixa possuidora do néctar do meu ser. Paralelepípedo rústico que guarda a melhor das relíquias. A descoberta que um dia faria eu ser quem sou. O fogo que acende meu cigarro...

Em alguma festa qualquer...

Parceira! Só apóia sua cabeça na minha mão. Deixa que de ti, eu cuido como se fosse a mim. Te deixei chegar aqui, te tirarei dessa selva de malditas pedras. Que inveja tenho do seu torpor. Seus olhos virados me contam histórias que nem me atrevo a mencionar.

A beleza da desgraça só é vista por quem está abaixo dela. Por isso milhões de dedos podem ser apontados. Mas de mim, querida companheira, só verás admiração e louvor. Fumas cigarros que um dia eu recusei. Bebes da vodka que um dia troquei pela sobriedade!

Dilacera-te com a mim. Não vejo graça na sobriedade. Assuntos enfadonhos que teriam bem mais graça se uma dose de álcool rolasse no sangue dos conversantes. Eu sei que sua dor de cabeça é maior que sua vontade de mandar todos à merda. Eu faço isso por você. Olha para eles, a invejam... Invejam nosso jeito de ver o breu. De esquecer e de criar o que não se viveu. Invejam nossa redenção ao beber...

They will never understand...

domingo, 5 de setembro de 2010

"queira mais
toque mais
deseje mais
pegue mais
sinta mais
beije mais
abrace mais
pense"


(Maria Scombona)

sábado, 4 de setembro de 2010

Sobre "Eleições"


Como eu sempre leio as coisas que o meu parceiro escreve, resolvi fazer um comentário sobre o que ele falou.
Os militantes do "Diretas Já" desistiriam de lutar se soubessem que, 25 anos depois, as pessoas estariam gritando pelo direito de NÃO votar e de calar a boca. Os caras foram as ruas, exigindo a liberdade de escolha, e agora a gente tá aqui, fugindo da responsabilidade.
Eu sou hipócrita porque faço parte da estatística. Tenho 17 anos e não tirei o meu Título de Eleitor por puro comodismo, mesmo tendo consciência que a minha participação é muito importante. Só a gente tem como mudar alguma coisa nesse país tão bagunçado, pois um DIREITO nos foi concedido. Escolhendo com cuidado cada candidato [não o mais rico, o mais bonito ou o que mais aparece na mídia, mas PELO MENOS um que não tenha processos nas costas por ter tomado dinheiro público emprestado] talvez as coisas fiquem um pouco melhores.
Ou vocês preferem voltar ao tempo das indiretas? Assim a gente vai poder xingar quem está no poder fodendo com nossas vidas sem o peso de tê-lo colocado lá.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Eleições


‘’Eleição de 2010 tem menor número de jovens de 16 a 18 anos da história’’

Essa noticia atravessou como um mini-trio meu, já conturbado, dia. Não sei se fico feliz ou atônito com essa declaração. Tenho visto algumas pessoas com cérebro, mas, na grande maioria, gigantes analfabetos políticos. Não quero pagar de revolucionário, mesmo porque eu estou longe disso, mas Brecht deve se retorcer no túmulo ao ouvir as coisas que eu ouço.

As pessoas nascem de esquerda e se ‘’endireitam’’ ao longo da vida. Quando morrem são velhos neoliberais burocratas, mas eles têm a razão deles. Viram o sonho morrer. Nossa geração não o viu nascer ainda e já o sepulta como utopia. É amigos, é utopia... Mas dá para a gente chegar perto. Não quero defender o capitalismo ou o
socialismo. Eu defendo a barriga cheia.

A barriga cheia e a mente cheia de idéias. Quero ver meu país produzindo gênios, não médicos e advogados, gênios! Eu sei que é difícil, mas eu queria que um partido muito pequeno ganhasse as eleições só para ver a reação dos verdadeiros donos do país.
Donos do país... Converso com seus filhos todos os dias. Vocês estão fazendo um bom trabalho, eles me acham um idiota. Lição de casa muito bem feita. Eles sabem que é utopia e, acima de tudo, hipocrisia da minha parte. A rua nem tem sua chance...
Por incrível que pareça existem muitos jovens entrando para política ultimamente, o problema é que eles são filhos de uma velha corja de aristocratas que não querem largar o poder. Aí vão ACM’s neto, Valadares filho, Paulinho das Varzinhas e outros milhares espalhados pelo Brasil.

Tenho pena dos militantes das diretas já, se eles soubessem o que aconteceria teriam poupado algumas boas vidas...

Eu poderia escrever um livro sobre o analfabetismo político, mas eu não sou tão presunçoso. Mesmo porque quem vai ler isso provavelmente não é um deles...

O pecado foi cometido
E todo o ardor que tens sentido
Se transmite em esperança
E da alegria toda a dança
Mal sabes que te espera a desilusão

O engravatado que se alastra
Por todas as vias, em brasa
No fogaréu da corrupção
E o povo deixado na mão
De tristeza desaba

4 anos depois, surge o messias
O que veio salvar-nos no fim dos dias
Mas o povo castigado por cicatrizes
Que 4 anos não apagaram
Crucifica o messias e declara
O apocalipse no Brasil

Sempre tivemos o poder
Só não o soubemos usá-lo
O messias se foi...
Só nos falta esperar
Pois os gritos estão roucos
Grisalhos estão os revolucionários
A revolta envelheceu...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

caixa de fósforo


“O corpo fala o que as palavras não podem”, disse Martha Graham. Não sei se essa famosa declaração foi fruto das suas pesquisas como dançarina, ou se ela falou por pura intuição. Eu, como simples observadora e por vezes tão desligada, ouso substituir o ‘fala’ por um sonoro ‘grita’.
É impressionante como a linguagem não-verbal consegue se sobressair diante das outras formas de comunicação. A tentativa ridícula de esconder as verdadeiras intenções com palavras é completamente desmascarada se observarmos um pouquinho os movimentos. São muitas denúncias. Olhos, respirações, mãos, pés. Os dois, locutor e interlocutor, sabem quando é tudo mentira. Fingem que acreditam.
O menor desconforto que seja é perceptível. Aquelas emoções controversas, pensamentos que fluem, gritos emudecidos, todos transbordam pelos poros e nos fazem agir como se estivéssemos dentro de um cubículo de vidro. Não se engane, meu caro, todo mundo tá vendo. Alguns só não sabem enxergar.

Eu apenas assusto cachorros com cortinas.


(Após algumas doses de oxigênio e fadiga. Esses são os cachorros em questão)

A linha entre a loucura e a lucidez é mais tênue do que a linha entre a bebida e a embriaguez. Você passa por cima dela e nem vê. Pisa tanto na bichinha que ela faz questão de se esgueirar. Já me chamaram de lunático. Lunático? Eu? Lunático é quem vive no mundo da Lua. Fisicamente o mundo da Lua não existe, porque se ela fosse um mundo não poderia ser o satélite da Terra.

Eu só assusto cachorros com cortinas...

Me sinto escritor inferior

Me sinto escritor inferior
Da maquina de escrever à falta de álcool
Tanta agonia afogada em um atol
De lágrimas

Apago velas no caminho até o bar
Tento fazer dos outros, a minha desgraça
Amolecer minha angústia e minha raiva
De ver que tudo que se passa aos meus olhos
Não são nada mais que meras ilusões

Todos vocês são meras ilusões
Coisas que só o tempo prova

Arruína minha vida
Mas não racha devagar não
Demoli.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Pingo


''Esse não é meu não, mas é de uma companheira de desgraça...''

Uma manhã nublada dentro do carro e o mesmo caminho de sempre. A chuva tinha passado, mas ameaçava cair a qualquer hora.

A janela do carro estava aberta e eu sentia aquele vento úmido no meu rosto. Estava perdida, de novo, em meus pensamentos. Estava no meu mundinho particular... Só meu.
Na metade do meu caminho percebo que estava perto de cruzar com o caminho dele. Ele ainda não havia passado, mas estava chegando. Eu não via (miopia de merda, mas eu sentia. Cada vez mais perto.

Fiquei olhando insistentemente, procurando-o. Quanta agonia! Aquele segundo parecia nunca passar. Quanta coisa passou pela minha cabeça, quantas coisas pensei, mergulhava mais e mais no meu mundo. O que eu faria se nos cruzássemos? O que diria? Ignorar ou sorrir? Milhares de opções e um segundo apenas.

De repente, sem dó, sem piedade, fui arrastada bruscamente de volta para a realidade, tiraram-me do meu mundinho. Quem seria tão mal de fazer isso? Senti minha testa molhada. Percebi que um pingo havia caído em minha testa. Que ódio senti daquela insignificante gota de água da chuva.

Mas a raiva só durou milésimos... como a viagem de volta para a realidade. E vi, enquanto limpava os respingos em minha testa. Aquele pingo, não foi só mais um de todos que já me atingiram ou irão atingir, ele foi preciso.

Aquela gota viu-me desesperadamente presa em meu mundo, aquilo estava tornando-se
doentio. Ela precisava tirar-me daquela situação... Ilusão. Ela não queria acabar com meu mundo. Não. Apenas queria tirar-me de lá naquele momento, naquele instante, naquele segundo em que cruzei novamente aquele caminho.

By: Kty O.