Filosofava em uma cadeira com o encosto quebrado, fazendo a coluna transpirar. Pensava na formula do texto perfeito. A metaliguística pura e aplicada. No seu pensamento de texto perfeito, todo bom texto tinha que ter um final impactante.
Tinha acabado de escrever sua biografia. Não pensava em nenhum final perfeito. Aí então ele se matou, o final mais que perfeito. O problema é que ninguém teve a decência de escrever por ele...
As histórias das semi-vidas de uma pseudo-bailarina e de um pseudo-bêbado. Quando conseguem abrir bem os olhos, veem arte nessa cidade burocrática e hipócrita. grite mais!
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terça-feira, 30 de novembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
libertação
Nunca vai existir a liberdade plena. A sensação de ultrapassar os limites é enganosa, porque sempre vão aparecer outros em seguida pra você se esbarrar, ou uma mão pra te puxar. Sabe quando uma criança pequena se aproveita da distração mínima da mãe pra sair correndo com um sorriso de satisfação no rosto, e é bruscamente resgatada pelo braço? Já teve um dos típicos sonhos freudianos, nos quais você tenta alcançar desesperadamente a porta no fim de um corredor (sem fim) de pisos quadriculados, e acorda? Conhece a constatação obscura de vazio quando alguma coisa termina?
A liberdade é de mentira. E talvez o limite seja a morte, e não o céu.
Por enquanto eu brindo à libertação forjada, que me encanta e me sossega.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
passagem
Muitos já escreveram sobre o quanto a vida é breve e sobre o medo da morte. O medo de ir sem ter aproveitado. Outros, desejam a morte. Escrevem sobre a paradoxal saudade que sentem dela, ou sobre como seria bom se chegasse logo (meus caros leitores talvez se recordem de célebres autores da nossa literatura). Eu sei é que certas angústias pairam como moscas na cabeça de todo mundo, pelo menos em algum período da existência do indivíduo, e se ele não tem o hábito de escrever, fala pro espelho.
A minha não é exatamente a morte. Talvez porque eu nunca tenha perdido alguém próximo. Talvez. O que me consome de verdade é a passagem do tempo. Não que eu ache envelhecer seja algo terrível, ou que a minha preocupação seja com o corpo, que ficará cada vez mais limitado. Eu tenho medo é de me perder. De não me lembrar de quem eu era, de não fazer mais sentido pra mim mesma.
O que hoje é importante daqui a dois minutos pode não ser. E não digo isso porque é clichê. É constatação avassaladora, daquelas que a gente tem vendo um filme, ou sei lá. Tenho certeza que eu não sou a única no universo a ter percebido que um dia a gente deixa de ser o que era. Às vezes é bom, às vezes é cruel, mas é incontrolável. Todo mundo sabe disso. A vida vai voando bem nas nossas fuças. Alguns não dão importância, mas eu dou.
Não queria ter perdido a beleza da infância. Sinto falta do tempo em que tinha um mundo encantado na cabeça – eu acho que ainda o tenho, mas ele anda me fechando as portas - e achava que dentro do semáforo havia pequenos soldados de chumbo escolhendo as cores. Queria poder ter conversas com animais e brinquedos e ter a certeza de que eles estavam me respondendo – e aqui me refiro às certezas das crianças e não dos esquizofrênicos. Queria ter de novo a sensação que o dia era loooongo, quase eterno, e que eu nunca ia ficar como aqueles adultos malucos, chatos e estressados.
Eu não tinha consciência de que aqueles sentimentos um dia iam se perder, mas hoje tenho. Daí vêm o pavor e a ânsia. Medo de ficar adulta e me esquecer de tantas sensações boas que carrego por esses tempos. Ah, adolescência! Coragem pra arriscar. Ousadia pra seguir os instintos, as vontades. Rebeldia sem causa, tantas vezes. Sonhar com os pés pisando em nuvens. Tudo tão fácil - ou nem sempre - e tão imediato. A loucura, as experiências... Será um dia nada disso vai fazer sentido? Vai parecer absurdo ou inalcançável? Oh, mundo cruel.
Tenho que guardar tudo numa caixa mágica e engolir, porque quando eu precisar do que tenho de melhor, vou saber onde procurar.
Ou fica velho ou morre cedo, dizem por aí.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Eu fui alvejado por uma bala
Que projétil frio e metálico espera minha efêmera vida? Que calibre vai encerrar as chagas e as feridas aberta? Espero que seja rápido, espero que me último suspiro seja lúcido. Avise a eles que eu amo-os. Não, não. Teria que entrar para história o que você diria na hora da sua morte? (deixem nos comentários)
Calma! Deixa eu me arrumar... Pronto. Pode atirar.
- É essa a sensação. AH! Se eu soubesse morria antes...
'' a warrior fights for his soul, or for the rest of it. '' - Matisyahu
Calma! Deixa eu me arrumar... Pronto. Pode atirar.
- É essa a sensação. AH! Se eu soubesse morria antes...
'' a warrior fights for his soul, or for the rest of it. '' - Matisyahu
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Esses muleque não têm medo de morrer...
Ele apanhou. Apanhou e morreu. Sangrou sem ajuda médica. Quem bateu acusa de assalto. Há os que defendam e falem '' se fosse com você, você também matava.''. E se fosse você que estivesse apanhando? Se você precisasse se drogar para conseguir aguentar o frio de madrugada e o calor do meio dia? Se fosse você que todo dia tomasse enquadro de polícia mesmo sem ter feito nada, só por andar mal vestido?
Quem merece morrer é quem tem escolha e escolhe o mal. Sim, ele podia não assaltar. Podia baixar a cabeça para o sistema e carregar peso que nem um burro de carga. Se fosse eu? Eu ia bater de frente também.
''Já tá na hora de tomar o chicote do capataz'' - Pelo amor (Projota)
Quem merece morrer é quem tem escolha e escolhe o mal. Sim, ele podia não assaltar. Podia baixar a cabeça para o sistema e carregar peso que nem um burro de carga. Se fosse eu? Eu ia bater de frente também.
''Já tá na hora de tomar o chicote do capataz'' - Pelo amor (Projota)
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