quarta-feira, 8 de setembro de 2010

pupilas

Quando eu era bem criança, ficava intrigada com o escuro que ia se dissolvendo. Nem percebia o momento exato da dissolução, nem entendia o motivo. Apenas achava que o quarto ficava mais claro.
Hoje sei que apesar de não ser um animal noturno, meus olhos se habituam à escuridão e as minhas pupilas controlam a entrada de luz. Não é que o breu perca a densidade, é que eu consigo penetrá-la.
Me disseram que as minhas pupilas se dilatam visivelmente, apesar do âmbar, e denunciam demais o êxtase ou torpor. Sei lá. Também disseram que o âmbar brilha um bocado. Deve ser, quando está claro.
Eu sei que no escuro eu me perco, e depois acordo, e vejo.
[E como é bom enxergar]

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