quinta-feira, 2 de setembro de 2010

caixa de fósforo


“O corpo fala o que as palavras não podem”, disse Martha Graham. Não sei se essa famosa declaração foi fruto das suas pesquisas como dançarina, ou se ela falou por pura intuição. Eu, como simples observadora e por vezes tão desligada, ouso substituir o ‘fala’ por um sonoro ‘grita’.
É impressionante como a linguagem não-verbal consegue se sobressair diante das outras formas de comunicação. A tentativa ridícula de esconder as verdadeiras intenções com palavras é completamente desmascarada se observarmos um pouquinho os movimentos. São muitas denúncias. Olhos, respirações, mãos, pés. Os dois, locutor e interlocutor, sabem quando é tudo mentira. Fingem que acreditam.
O menor desconforto que seja é perceptível. Aquelas emoções controversas, pensamentos que fluem, gritos emudecidos, todos transbordam pelos poros e nos fazem agir como se estivéssemos dentro de um cubículo de vidro. Não se engane, meu caro, todo mundo tá vendo. Alguns só não sabem enxergar.

1 comentários:

anita disse...

esse texto é tão vc, ou até, tão nós!
até hoje, não encontrei sensação melhor do que esse grito. vc é linda! (:

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