quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

12 horas

Depois de morrer mais uma vez eu continuei a andar. Os óculos escuros escorregavam no nariz suado. O lábio caído dava a expressão do cansaço. A fome me fez parar umas 2 ou 3 vezes. Dessa vez o pedinte comia. Me sentir menos humano. Ando chegando aos meus limites. Não como todo jovem que bebe até esquecer. Minha droga é a realidade. Eu ando meio dia, sem comer, com sono e sem dinheiro. This is my drug. As outras drogas são só para passar o tempo da próxima fome mais rápido.

Estava quase em casa quando o corpo começou a falhar. Eu GRITAVA comigo mesmo. Rezava para não ter uma overdose de fome. Meu pai provavelmente sentiria vergonha de ler isso. Ele sempre tentou me dar o melhor. Sorry dad, eu só gosto das coisas degradantes. Talvez seja hipócrita da minha parte. Obviamente eu comi quando cheguei em casa. Aquele menino não...

Depois que a fome foi embora, a dor voltou...

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