quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

11 horas

Estava quente. Estava quente para caralho. A barriga roncava e lembrava-me do menino do semáforo. Nunca fui tão humano. Uma mensagem cortou minha solidão, que virou tristeza e agonia. Esqueci-me do suburbano e continuei andando pensando nos meus problemas mundanos. Fiz a curva e sentei em baixo de uma árvore. O calor da pobreza foi levemente desossado pela brisa e pelos ar condicionados dos carros chiques que passavam.

Nada daquilo me parecia importante. Como se não fosse o bastante a fome e o sono, eu me peguei em baixo da sacada dela. A dona da mensagem, a dona da história. Minhas pernas não respondiam e eu não consegui sair dali. Não conseguiria nem se nevasse e um banquete estivesse servido. Nenhuma comida me satisfaz mais. Nenhuma dose, nenhuma droga e nenhuma dor me satisfaz. Nem a fome do menino e a alegria do trocado me fizeram sorrir. I'm not a man, I'm a thing...

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