Sem mais devaneios apresento-lhes meu vício
A censura fechou a porta
Olha que eu estava apenas no início
Do que um dia chamariam de obra-prima
Meu vício, sem lápis no olho
Roupa rasgada ou canto sujo
Meu vício, sem cigarros ou álcool
Meu vício sem declínio
Meu vício sem preto
Sem negro, sem tinto ou rosê
Meu vício simples e só você...
Você e seus vícios...
As histórias das semi-vidas de uma pseudo-bailarina e de um pseudo-bêbado. Quando conseguem abrir bem os olhos, veem arte nessa cidade burocrática e hipócrita. grite mais!
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Freedom
Liberdade não se ganha, se tem...
Quando eu ainda era jovem minha mãe me disse para eu não decepcioná-la. Ela dizia que eu tinha conquistado a confiança e, consequentemente, a liberdade. Desculpa mãe, eu nasci livre. Eu não preciso ter liberdade. Ela está aqui dentro. Mesmo preso num quarto, trancado junto aos conservadores, eu tenho a mente livre. Eu não preciso voar para sair do chão...
Nada pode tirar minha liberdade... Eu escrevo, isso por si só já me dá asas... Se não tem caneta eu bebo!
Quando eu ainda era jovem minha mãe me disse para eu não decepcioná-la. Ela dizia que eu tinha conquistado a confiança e, consequentemente, a liberdade. Desculpa mãe, eu nasci livre. Eu não preciso ter liberdade. Ela está aqui dentro. Mesmo preso num quarto, trancado junto aos conservadores, eu tenho a mente livre. Eu não preciso voar para sair do chão...
Nada pode tirar minha liberdade... Eu escrevo, isso por si só já me dá asas... Se não tem caneta eu bebo!
Alegria
Andei de recesso. Minhas palavras esvairam-se aos muitos sorrisos que tenho dado. Talvez a alegria seja a tristeza tão grande que não me deixa escrever. É isso! A alegria é a mais profunda das tristezas... Por que mais choraríamos de alegria?
"Eu te dou meu coração como resgate
Aí ficamos em empate
Poderia me xingar, me bater, me difamar
Mas roubar o meu Blue Label foi pior que uma punhalada no peito..." Meu precioso -Vivendo do Ócio
"Eu te dou meu coração como resgate
Aí ficamos em empate
Poderia me xingar, me bater, me difamar
Mas roubar o meu Blue Label foi pior que uma punhalada no peito..." Meu precioso -Vivendo do Ócio
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
poeminha concreto na aula de matemática
zíper
raízes
prazer
zigue zague
ZzZzZzZzZ
raízes
prazer
zigue zague
ZzZzZzZzZ
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
decisão
Gustavo estava na fila do supermercado, esperando sua vez. Segurava uma caixa de hambúrgueres congelados, um pacote de pão e um pack de cervejas importadas. Era mais de meia-noite e ele podia muito bem pedir um sanduíche por telefone, mas as paredes daquele apartamento sufocavam-no. Precisava de ar fresco. É. Brisa da noite. É. Por isso foi andando.
De tempos em tempos, o número do painel eletrônico mudava indicando o caixa livre. Fazia um sonzinho irritante, mas não importava muito. Gustavo segurava forte uma das cervejas e fitava o nada sem piscar. Sentia suas pupilas dilatando e perdendo o foco, mas não queria piscar ainda, estava ocupado, estava pensando. Piscou. Era sua vez. O toque suave do senhor atrás dele o arrancou dos seus devaneios: "Rapaz! Sua vez!". Ah.
Pagou, mas não conseguia parar de pensar. Compro ou não compro? E foi ao banheiro porque lá dava pra viajar um pouco sem ser notado, daí podia tomar a decisão. Só queria dormir pesadamente, não precisava de muitos comprimidos. Compro ou não compro? Descansou a garrafa na pia, mas quando foi lavar as mãos, obviamente, derrubou-a. O brilho dos cacos de vidro era como ímã. Não piscou, só pegou um pedaço pontiagudo e perigoso e correu pra uma das cabines.
Sentou no vaso com a tampa fechada, fitando o objeto sedutor. Lexotan ou Rivotril? Teve vontade de cortar a palma da mão esquerda, como fizera acidentalmente quando criança. Lexotan? Ia cortar só um pouquinho, só uma dorzinha, nem queria sangue. Rivotril. É. Encostou a parte mais delicada do fragmento e nem doeu. Quase nem sangrou! Olhou pro pé e o cadarço estava desamarrado. Merda!
No mesmo segundo, desesperada, entra naquele ambiente com luz branca demais, uma menina chorante e ofegante. Ela deu um suspiro contido e nem sei se percebeu a portinha fechada. Sua angústia contrastava com a tristeza vazia do rapaz. Ele jogou o caco no lixo e enxugou as mãos na bermuda. Ouvia ela aspirar profundamente e coçar o nariz fungando alto. Levantou bem rápido, piscou várias vezes, sacudiu a cabeça, amarrou os sapatos e foi pra casa comer.
De tempos em tempos, o número do painel eletrônico mudava indicando o caixa livre. Fazia um sonzinho irritante, mas não importava muito. Gustavo segurava forte uma das cervejas e fitava o nada sem piscar. Sentia suas pupilas dilatando e perdendo o foco, mas não queria piscar ainda, estava ocupado, estava pensando. Piscou. Era sua vez. O toque suave do senhor atrás dele o arrancou dos seus devaneios: "Rapaz! Sua vez!". Ah.
Pagou, mas não conseguia parar de pensar. Compro ou não compro? E foi ao banheiro porque lá dava pra viajar um pouco sem ser notado, daí podia tomar a decisão. Só queria dormir pesadamente, não precisava de muitos comprimidos. Compro ou não compro? Descansou a garrafa na pia, mas quando foi lavar as mãos, obviamente, derrubou-a. O brilho dos cacos de vidro era como ímã. Não piscou, só pegou um pedaço pontiagudo e perigoso e correu pra uma das cabines.
Sentou no vaso com a tampa fechada, fitando o objeto sedutor. Lexotan ou Rivotril? Teve vontade de cortar a palma da mão esquerda, como fizera acidentalmente quando criança. Lexotan? Ia cortar só um pouquinho, só uma dorzinha, nem queria sangue. Rivotril. É. Encostou a parte mais delicada do fragmento e nem doeu. Quase nem sangrou! Olhou pro pé e o cadarço estava desamarrado. Merda!
No mesmo segundo, desesperada, entra naquele ambiente com luz branca demais, uma menina chorante e ofegante. Ela deu um suspiro contido e nem sei se percebeu a portinha fechada. Sua angústia contrastava com a tristeza vazia do rapaz. Ele jogou o caco no lixo e enxugou as mãos na bermuda. Ouvia ela aspirar profundamente e coçar o nariz fungando alto. Levantou bem rápido, piscou várias vezes, sacudiu a cabeça, amarrou os sapatos e foi pra casa comer.
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