segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

chuva

Nos dias de calor muito intenso, sempre espero pela chuva. Sinto meu corpo quase derreter, mas acredito nas gotinhas restaurando tudo no fim das contas. A chuva sem exegeros e sem enchentes, apenas suave e refrescante.

Me vejo nua diante do espelho. Esses caracóis desgrenhados na altura do queixo e os olhos frios de âmbar - pra combinar - devem despertar alguma curiosidade. E essa boca meio cor-de-rosa, será sensual? O latido desses cachorros me irrita, eu já percebi, seus trouxas, que o céu está virando chumbo. Calados! Os ossos da clavícula e da bacia aparecem demais. Preciso comer. Agora. E quando é mesmo que vou criar coragem de fazer topless no quintal pra bronzear esses seios pequenos?

Eu tinha outros planos pra esse fim de tarde. Devia pegar todos aqueles arquivos na cozinha e organizá-los logo, porque deixar pra depois é pior. Prometi ao João que resolveria isso e vou resolver. Mas hoje não, quero ver os primeiros pingos aflorando. Eu mereço essa indolência, o meu pijaminha de malha fria, o vinho e o filme dramático. Andei pra cima e pra baixo o dia inteiro, porra. E não dormi bem na noite passada.

Que umbigo horrível. E essa panturrilha esquerda mais grossa que a direita?! Pelo menos as coxas são bem torneadas... para quando mesmo marquei a depilação? Hihi, calcanhares engraçados e nem vou falar desses dedinhos hihi. Aaaah! [suspiros] São eles, os doces pingos, os lindos, não sabem o quanto os esperei! Que expressão belíssima da natureza, que cores encantadoras, que peso delicado nos meus olhos, devo piscar? Estou até sentido minha garganta ficar quente, nunca mais tinha chorado PUTA QUE PARIU ESQUECI A JANELA DA COZINHA ABERTA. MERDA.

2 comentários:

Maya disse...

hahaha muito fofo (L)

V. Allan disse...

You have a perfect mirror...

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