domingo, 11 de setembro de 2011

When the lights come on?

Eu só via latas amassadas. Eu não conseguia pensar realmente em muita coisa. Só achava estranho o jeito como ela agia. Mente que mente não um simples jogo de palavras. Essa mente realmente sabe mentir, mas mente demais.

No poker existe uma regra simples, se seu oponente paga muito alto toda hora ou ele eh Deus e tem cartas boas senmpre ou ele está blefando. Eu sou o rei do blefe. Eu vejo um blefe a metros de distância. Só que eu estava tão alto que o blefe dela me pegou.

Ela ria para desagradar, mordia para poder beijar e ficava na ponta dos pés tentando me dizer que ela precisava de asas. Eu não tive asas um dia também e sei o quanto é difícil o curso para virar anjo, mas ela é boa para o trabalho.

Foi uma noite legal, ótima mente que mente. Cuidado para não cair nas próprias mentiras. Não perca asas que você tanto precisa...

"Just look and see what you've done!" - Arctic Monkeys

sábado, 10 de setembro de 2011

Lá Sí, Sol queria te dizer...

Ela parecia saber um pouco de notas.

Entre bemóis e dissonantes, meios sorrisos entrelaçavam a feição semi estática do seu sotaque. Descobri que era de longe. De tão velha esqueceu a inocência e de tão nova esqueceu a verdade.
Eu que já tinha visto de tudo em minha vida de boemia, fiquei surpreso com tamanha mecanização em beber. Uma mente que de tanto pensar em mentiras acabou mentindo para si mesma.
Ela falou uma frase que cortou minha noite. Uma frase que eu sempre falei, mas que eu nunca ouvi ninguém falar tão lindamente quanto ela. "Eu acho que eu vou morrer cedo". Copos ao ar! Um brinde a uma morte lenta, dolorosa e muito muito divertida.
Eu já vivi um pouco mais que ela. Se ela me pedisse um conselho eu diria "não faça da sua diversão uma coisa mecanica, monótona e unidirecional. Todos os caminhos levam ao bar, mas nem todos os bares levam até você.

"That girl isn't real, she's fools gold" - Amy Winehouse

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Luz da Sala

Apaga a luz da sala
que ja é hora de dormir,
Vem e me abraça, me aperta
Até não conseguir sair

Levanta faz a janta
que já é hora de partir
Tão cedo me acorda
Me sufoca que até esqueço de existir

E corta minhas cordas
Minha vitrola não posso mais ouvir
E me arranca os cabelos
Seus medos vao me consumir

refrão

Eu preciso ter aonde ir
Não preciso de ninguém a me seguir
Só quero meu cigarro, meus defeitos não vão sumir
Só quero teu encanto, meu descanso não vai ser aqui...

domingo, 5 de junho de 2011

Why the world keep spinning that hard?

É uma coisa que eu não consigo entender.
Quanto mais o mundo gira mas eu volto para o mesmo lugar.
O mesmo magnífico lugar,
as pessoas ainda ousam dizer que eu mudei...
Queria eu não precisar mais da máquina de escrever e do velho cheiro do violão.

Por mais que eu seja um velho sócio do clube dos canalhas
Esse papel é mais um fardo que uma glória.
O problema é que como canalha eu me sinto mais menos a vontade,
e por incrível que pareça isso me deixa contente...
Sadomasoquismo é meu forte.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Eu estou a venda

Mais uma folha em branco amassada
por falta de interesse
Por fim da garrafa
A tonturar faz errar a cesta de lixo.
Para aqueles que não são compreendidos,
essa é uma rotina diária que chega a acostumar.
Que chega a definhar cada sentimento bom.
E para aqueles que acham isso triste,
vão viver mais um pouquinho que vocês vão entender...

Sometimes you can feel the ground breathinhg... - Matisyahu

Ah! O título é o nome da música que eu escrevi derivada desse post. Em breve...

domingo, 3 de abril de 2011

pequena explosão particular de felicidade

é quando um sorriso se desenha na minha boca sem que eu perceba.

[e depois fico me achando porque ninguém pode ler minha mente]

terça-feira, 22 de março de 2011

Reticências

Eu estou com medo de escrever e minha mãe achar que eu estou cortando os pulsos ou tocando fogo no quarto. Me parece que os adultos já estão enferrujados de sofrer e não conseguem ler uma lágrima. O texto é só um lenço. Eu posso assoar o nariz em palavras gastas e dar a elas sentido...

As palavras encontram o que está perdido e, na maioria das vezes, relembram o que eu queria esquecer. Relembram o que eu queria matar. Palavras ressuscitam o que elas mesmas quiseram enterrar...

As reticências são a certeza de que eu vou continuar a escrever...


"It's my freedom you can't take it from me!" - S.O.J.A.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Are you OK?

Eu devia ter feito psicologia. Eu sempre achei fascinante a idéia de desvendar a mente de loucos e pessoas sob efeito de substâncias alucinógenas. Eu odeio os especialistas que trabalham com esse tipo de problema e lidam como uma equação de matemática. Os loucos são quase gênios! Eles conseguem ver coisas que não existem, isso é quase telecinesia ao inverso. É lindo, não é para ser estudado, e sim, para ser admirado. Eu queria ser louco e ter desculpa para fazer metade das coisas que eu faço.

Lose your head, is good for your heart...

Are you ok, darling?
I'm fucking crazy priest.
This disease is incurable.
This is not a disease priest... Is a bless...

"Louco é quem me diz que não é feliz" - Mutantes

quinta-feira, 17 de março de 2011

parede de vidro

Estávamos ali já há algum tempo, escondendo nossos reais objetivos em meio a palavras sem sentido. Você tocou minha pele e eu senti uma palpitação. Suas mãos estavam estranhamente frias, e contrastaram com a minha pele extremamente quente. Alguma coisa se perdeu, afinal. Era hora de ir embora.

quarta-feira, 9 de março de 2011

avalanche

Eu nem tenho ainda dezoito anos completos!

Minha cabeça é tão cheia de parafernalhas que não sei como ninguém a notou pendendo prum lado. Sou bombardeada a todo tempo por rajadas de pensamentos que se entrelaçam e se entrelaçam... sinto as minhas bochechas ferverem. Devo estar ficando louca. Até antes de dormir tudo fica fazendo muito barulho, uma voz que parece minha fala demais.

Por isso deixo tais pensamentos ultrapassarem as paredes do crânio. Vão logo conhecer o mundo, meus filhos! E tagarelo sem parar, sobre vários assuntos, às vezes sem nenhum embasamento lógico. É que fico sufocada, tudo está borbulhando dentro de mim, será que você não entende? Eu preciso te falar! Agora! Por que é tão difícil?

Minha cabeça está pesada, meus movimentos limitados, que coisa estranha esse frio na barriga, por que esqueci o discurso há tanto tempo ensaiado? E agora o silêncio que machuca demais. Alguém jogou uma cortina muito pesada acima das nossas cabeças, e fica tudo tão denso, tão quieto. Eu nem sei chorar. Me dê logo um murro na boca pra ver se o sangue escorre num filete juntos com as palavras certas! Não, não dê, vou dar primeiro.

Ainda o silêncio.

Olho pela janela e tem um velhinho dedilhando seu violão, acompanhando a melodia com uma voz macia e suave [aquele jeitinho bem sussurado, à João Gilberto]. Ele não me parece preocupado com a inexorável Morte, nem com a cor dos semáforos, nem com a agitação da cidade. Seus movimentos são contínuos, sem sobressaltos. Uma pontada de inveja me doeu bem na boca do estômago e meu coração palpitava.


Desci do carro dizendo que ia comprar uma bebida, mas eu fui ver o velho mais de perto e respirar bem fundo um pouco da sua calma.

sábado, 5 de março de 2011

Copos ao ar

Quatro. O número de pessoas naquela mesa e o cd do los hermanos que não parava de ecoar na minha cabeça. Cada rosto risonho e embriagado tinha sua música certa. Cantávamos heresias que fariam até meu amigo mais brega sentir vergonha de sentar conosco. Por mais que o bar olhasse pensando coisas sóbrias, a gente não ligava. Nós tínhamos até uma anã sóbria, o que deixava as coisas ainda mais estranhas.

A cerveja vinha congelada por fora e eu tentava descobrir figuras desenhadas no gelo retorcido. Talvez fosse só o álcool, mas eu acho que não. Fomos andando tentando desafiar as leis da ótica e vendo 4 pontos no infinito. Talvez fossem um só, mas eu acho que era o álcool. Ainda bem que tinha uma sóbria que não me deixa falar a verdade...

"Ver TV é deprimente, não há nada mais sem graça
Bom de noite é ir para a rua
Mesmo quando está chovendo
Eu que nunca me arrependo
Tá errado, eu tô fazendo
Vai saber o que é normal...
Eu só posso lhe dizer
BOM É QUANDO FAZ MAL!" Matanza

quinta-feira, 3 de março de 2011

Fire burns

Risquei o isqueiro, a chama iluminou o quarto. Esperaria ela acabar, mas se depender da vontade do pavio... eu ia queimar. Se dependesse da minha vontade eu iria queimar. Eu estou ouvindo um rap. Tentando lembrar que existe alguém mais fudido do que eu. Eu não consigo nem chorar. Desabafar com quem? Nem o copo com gelo faz a garganta arder mais...

O ócio tem consumido meus dias. Junto com ele vem lembranças, quase sempre devastadoras, quase sempre grilhões me prendendo ao acabado. Dizem que o amor é um sentimento abstrado... Para mim ele é mais presente que o calor que o isqueiro produz. Mais leve que o fogo e tão perceptível quanto ele. "O amor é fogo que arde sem se ver..." Camões era foda mesmo. A parada queima brother.

Licença que eu estou procurando um extintor...

"Perdoem o imperfeito, sacrifiquem sua perfeição em prol da felicidade de quem morre na praia..." Victor Allan

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

12 horas

Depois de morrer mais uma vez eu continuei a andar. Os óculos escuros escorregavam no nariz suado. O lábio caído dava a expressão do cansaço. A fome me fez parar umas 2 ou 3 vezes. Dessa vez o pedinte comia. Me sentir menos humano. Ando chegando aos meus limites. Não como todo jovem que bebe até esquecer. Minha droga é a realidade. Eu ando meio dia, sem comer, com sono e sem dinheiro. This is my drug. As outras drogas são só para passar o tempo da próxima fome mais rápido.

Estava quase em casa quando o corpo começou a falhar. Eu GRITAVA comigo mesmo. Rezava para não ter uma overdose de fome. Meu pai provavelmente sentiria vergonha de ler isso. Ele sempre tentou me dar o melhor. Sorry dad, eu só gosto das coisas degradantes. Talvez seja hipócrita da minha parte. Obviamente eu comi quando cheguei em casa. Aquele menino não...

Depois que a fome foi embora, a dor voltou...

11 horas

Estava quente. Estava quente para caralho. A barriga roncava e lembrava-me do menino do semáforo. Nunca fui tão humano. Uma mensagem cortou minha solidão, que virou tristeza e agonia. Esqueci-me do suburbano e continuei andando pensando nos meus problemas mundanos. Fiz a curva e sentei em baixo de uma árvore. O calor da pobreza foi levemente desossado pela brisa e pelos ar condicionados dos carros chiques que passavam.

Nada daquilo me parecia importante. Como se não fosse o bastante a fome e o sono, eu me peguei em baixo da sacada dela. A dona da mensagem, a dona da história. Minhas pernas não respondiam e eu não consegui sair dali. Não conseguiria nem se nevasse e um banquete estivesse servido. Nenhuma comida me satisfaz mais. Nenhuma dose, nenhuma droga e nenhuma dor me satisfaz. Nem a fome do menino e a alegria do trocado me fizeram sorrir. I'm not a man, I'm a thing...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Para Caio

Por mais que ele negue, é um cara muito sensível. Percebe coisas tão escondidas nas pessoas que você nem vai acreditar. Aquele jeito brincalhão e o corpo forte são apenas um disfarce, seu interior é puro, e porque não delicado [olhe, não me levem a mal].

Sei que eu acho ele a palavra PROTEÇÃO materializada. Não é porque é um rapaz bem maior que a gente, meninas. É que ele sempre me protegeu mesmo. Quando éramos guris, lerdos e metidos a adultos, ele me acompanhava em tudo e me aconselhava. Eu sempre com as opiniões muito firmes, ele sempre querendo me fazer mudar de ideia.

Ele QUASE me convenceu a dar meu primeiro beijo, imaginem! Mas não, essa era uma decisão só minha, ora [mentira, eu que era teimosa demais]. Ele costumava ser um amigo muito, muito próximo, dessas amizades que vocês não veem entre meninos e meninas daquela idade [geralmente rola um eeeeeecaaa!]. Talvez ele não tenha consciência do quanto foi importante pra mim naqueles tempos porque eu nunca disse.

Acho uma pena que com o passar dos anos as coisas tenham mudado um pouco, mas me parece que é assim mesmo que nossas vidas vão se desenrolando. Eu fiquei muito feliz quando soube que ele estaria presente nas minhas manhãs outra vez! Ele sabe das coisas, e acho que as vezes nem imagina a importância que tem pra tantas pessoas.

Por exemplo, achei um absurdo ele ter se esquecido de um fatídico dia de quando éramos primeira série, ou segunda, e eu caí e minha boca sangrava e sangrava...

[OBS.: Caio É engraçado]

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Você pode ouvir os meus "hum" e "entendo", você pode achar que estou interessada, você pode até ver que o meu âmbar brilha e que minhas pupilas se dilatam, mas você nunca vai saber se estou de fato prestando atenção.

Os olhos são meus e você não está dentro da minha mente. Eu posso brincar de perder e recuperar o foco, ou de ter visão de raio-x e atravessar objetos. Dentro da minha cabeça estou segura, mesmo com os fantasmas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Esse texto não é nem metade do que você merece...

"Meus amigos são antigos como meus ideais..." - Emicida

Você me viu crescer. Você assistiu de arquibancada metade do que eu sou. A outra metade você construiu. Cortou na hora de cortar. Gargalhou na hora de chorar... Dizem que os melhores amigos têm que se ver chorando. Eu nunca te vi chorando. Você também nunca me viu chorando, mas era para você que eu corria quando a lágrima secava. Acho que eu vou correr agora...
Você me viu parando de comer Mc Donalds, odiando metade do que você adora. A gente tinha tudo para ser inimigo, mas a gente não está nem aí para o que deveria ser. Eu devia me vestir melhor e você ouvir música boa.
É muito difícil escrever para você. Eu sempre te digo tudo na lata. Sem metáforas e arrudeios. Então vamos fazer do nosso jeito:

V.A.: - Eu te amo seu filho da puta! Me dê um abraço logo!
C.M.: - Sai daqui seu viado!!
V.A.: - Você não me ama não?
C.M.: - Ama, ama... (Amo seu preto, só não quero demonstrar... Eu sei que você sabe)

A vida é simples. Ela não é boa, mas a gente dá um jeito parceria...

A UFS vai ser tão sem graça sem você para me irritar... Eu queria ter te dado menos cola...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sol põe-se

Sol nasce do chão.
E o no chão ele se põe...

Nós podemos realizar coisas extraordinárias
Viver coisas fascinantes
E mesmo se elas saírem do chão
Elas vão voltar para o chão...

Remember: Everyday the sun gets down, no matter how you want...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sol nasce

Eu chorei quando fui durmir.
E acordei sorrindo,
Acordei em ver que a vida é mais que a noite
Que cada nascer do Sol é um novo dia.

Engraçado como as coisas que a gente já sabe
Causam tanto impacto quando a gente sente.

Remember: Every sunrise is a new day.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

eu não to nem aí

Por Arnaldo Baptista:

Eu não tô nem aí pra morte
eu não tô nem aí pra sorte
eu quero mais é decolar toda manhã!!!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ausência

O que eu sentia era raiva. Misturei com ansiedade, com medo, com tristeza, mas era raiva. Raiva daquelas que se sente quando não dá pra entender. Porra, por quê? Que raiva, que raiva! Por quê? Tudo gritava na minha cabeça, me arranhava por dentro do peito, eu precisava gritar. Agora. Espere, olhe ao redor, agora não dá, você está no meio da feira, no meio do povo, você não pode atirar o que está segurando na mão, guarde no bolso, agora, guarde. Guardei, e a raiva não explodiu.

Eu a engoli mais uma vez. E - sorte a minha! - não me escapou nada pelos olhos hoje. Parece que tudo congelou. Congelou! Meus olhos ficaram frios, muito frios, a cabeça meio pendida pro lado, eu não piscava, não via nada, os braços ao longo do corpo, as pernas meio tortas, eu não piscava, congelada. Muda.

Algumas unidades de tempo, e pronto, descongelei.

[Engoli, uma hora vou ter que vomitar]

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Poética(3)

A tarde tá cheirando a minha mãe...
Vai ver que é saudade do tempo que eu acordava sem vê-la e dormia sem ouvir boa noite. Saudade das chineladas que ecoavam pela sala. Saudade de ser um molde e hoje ser o produto. Obrigado pela disciplina, pela diversão e pelo exemplo, em todos os sentidos. Minha vez de te ensinar...

Poética (2)

Que sua face marcada não leve embora sua poética
A arte de entender o que não se lê
De ler o álcool e a fumaça do bar
E vê-los em preto e branco.

Tá certo mãe. Você já tem a sorte de ver em preto e branco
Deixa eu imaginar que eu vejo assim...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Édipo

Quando seus olhos começarem a queimar,
para onde olharas pela última vez?

Meu gelo trinca quando eu coloco o fogo para congelar...
Eu estava errado,
perdoem-me por não ver isso antes
Falava sobre o álcool de uma forma tão apaixonada
Que me deixei enganar até por ele...

Eu bebia para lembrar
Hoje bebo para esquecer
Now I'm an alcoholic...

chuva

Nos dias de calor muito intenso, sempre espero pela chuva. Sinto meu corpo quase derreter, mas acredito nas gotinhas restaurando tudo no fim das contas. A chuva sem exegeros e sem enchentes, apenas suave e refrescante.

Me vejo nua diante do espelho. Esses caracóis desgrenhados na altura do queixo e os olhos frios de âmbar - pra combinar - devem despertar alguma curiosidade. E essa boca meio cor-de-rosa, será sensual? O latido desses cachorros me irrita, eu já percebi, seus trouxas, que o céu está virando chumbo. Calados! Os ossos da clavícula e da bacia aparecem demais. Preciso comer. Agora. E quando é mesmo que vou criar coragem de fazer topless no quintal pra bronzear esses seios pequenos?

Eu tinha outros planos pra esse fim de tarde. Devia pegar todos aqueles arquivos na cozinha e organizá-los logo, porque deixar pra depois é pior. Prometi ao João que resolveria isso e vou resolver. Mas hoje não, quero ver os primeiros pingos aflorando. Eu mereço essa indolência, o meu pijaminha de malha fria, o vinho e o filme dramático. Andei pra cima e pra baixo o dia inteiro, porra. E não dormi bem na noite passada.

Que umbigo horrível. E essa panturrilha esquerda mais grossa que a direita?! Pelo menos as coxas são bem torneadas... para quando mesmo marquei a depilação? Hihi, calcanhares engraçados e nem vou falar desses dedinhos hihi. Aaaah! [suspiros] São eles, os doces pingos, os lindos, não sabem o quanto os esperei! Que expressão belíssima da natureza, que cores encantadoras, que peso delicado nos meus olhos, devo piscar? Estou até sentido minha garganta ficar quente, nunca mais tinha chorado PUTA QUE PARIU ESQUECI A JANELA DA COZINHA ABERTA. MERDA.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Ao menos leve uma certeza, você me deixa doído. Mas só não me deixará doido, porque isso sou, isso já sou!

[Novos Baianos - Vagabundo não é fácil]